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O Firefox tem vindo a ser uma das melhores alternativas para quem pretenda uma solução “não baseada em Chromium”. Existem muitos navegadores no mercado, mas a grande maioria utiliza como base o Chromium – que sem dúvidas é um excelente motor base, mas ainda é controlado diretamente pela Google.

A aposta da Mozilla foi um pouco diferente ao longo dos anos, algo que ainda se mantêm até aos dias de hoje – mas isso pode estar a ter impacto no navegador. Para além do motor base completamente diferente e dedicado, o Firefox ainda continua a ser um excelente navegador, apesar de os números indicarem que está cada vez a ser menos usado na Internet e que a Mozilla Foundation está cada vez mais com dificuldades financeiras.

De acordo com os dados financeiros mais recentes da empresa, datados de 2019-2020, a empresa ainda se encontra muito dependente do negócio com a Google para manter o motor de pesquisa como o padrão do navegador Firefox. Mais de 92% das receitas finais da Mozilla são associadas com este negocio, com o relatório deste ano a indicar receitas de 826.6 milhões de dólares.

Apesar deste valor ser elevado, e representar um aumento de 84% face ao ano anterior, este apenas foi possível de se obter devido a um caso ativo em tribunal entre a Yahoo/Verizon e a Mozilla, relacionado com o negocio onde se pretendia colocar o Yahoo como motor de pesquisa padrão do Firefox.

Deste encontra-se ainda englobado a receita do negócio de 2017 com a Google, para manter o motor de pesquisa como padrão no navegador – e que corresponde a uma grande parte da parcela. Além disso, a empresa registou ainda despesas no valor de 495.3 milhões de dólares. Este valor é superior às “outras receitas” que a empresa obteve no seu relatório – que serão de apenas 338 milhões de dólares. Ou seja, a Mozilla está efetivamente a perder dinheiro a um ritmo bastante elevado.

Caso esta tendência se mantenha, a empresa pode vir a passar por várias dificuldades no futuro próximo. A dependência do negocio com a Google faz com que esta estabilidade da marca possa terminar a qualquer momento – e mesmo com este, ainda não será um modelo de negocio rentável para a empresa como um todo.

Os dados mais recentes apontam que o Firefox possui menos de 3% de quota no mercado, sendo que este valor também tem vindo a cair drasticamente nos últimos meses. A empresa tem vindo a tentar investir em plataformas diferentes, como é o caso do seu serviço de VPN, mas ainda assim falta um longo caminho para que possa manter-se no topo.