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Não existem muitos teclados que sejam focados para pessoas com problemas visuais, mas o “FlickType” era um dos poucos que permitia exatamente isso.

Este teclado, disponível para utilizadores do iOS, facilitava a tarefa de escrever nos dispositivos para quem tinha problemas de visão. No entanto, o programador responsável pelo projeto revelou recentemente que irá descontinuar o mesmo, e alega que um dos motivos para tal decisão encontra-se diretamente relacionado com a Apple.

Kosta Eleftheriou, programador responsável pela app, afirma que a Apple tem vindo a colocar contratempos no projeto desde que o mesmo instaurou um processo contra a empresa nos tribunais. Neste processo, o programador afirma que a Apple terá tentado comprar o teclado a um custo reduzido, mas que tal medida foi negada pelo programador.

A gota de água, no entanto, surgiu na mais recente atualização que o programador tentou enviar para a App Store. A atualização era focada em melhorar a compatibilidade do teclado com o iOS 15, mas a Apple terá rejeitado a mesma alegando que esta atualização iria necessitar de “Permissões completas” de acesso – algo que as apps não podem usar.

O programador afirma que este mesmo problema foi exposto também pela Apple faz mais de três anos, mas que, na altura, o caso foi revertido depois de o programador ter apelado da decisão. A FlickType afirma ter contactado a Apple mais de nove vezes durante as últimas semanas, para tentar resolver a situação, mas sem sucesso.

Apesar de o programador ter mantido a intenção de atualizar o FlickType e manter o mesmo suportado nas mais recentes versões do iOS, estas medidas impostas pela Apple limitaram essa capacidade, e, portanto, o programador optou por descontinuar o mesmo.

O FlickType ainda vai encontrar-se disponível para download, mas sem garantias que irá funcionar corretamente em futuras atualizações do iOS.

O programador deixou ainda duras criticas à Apple, alegando que a mesma deve “parar com os abusos junto dos programadores”, e indicando que esta prática tem vindo a ser recorrente por parte da empresa, limitando a capacidade de novos programadores terem expansão dentro do serviço.