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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, declarou numa entrevista recente que a gigante taiwanesa de semicondutores, TSMC, "não teve outra escolha" a não ser comprometer-se com um investimento de 100 mil milhões de dólares em novas fábricas em solo norte-americano. Esta afirmação surge depois de, no mês passado, a TSMC ter anunciado este avultado investimento, interpretado por muitos como uma forma de evitar as pesadas tarifas comerciais impostas pela administração Trump a vários países.

A decisão da TSMC, no entanto, não foi recebida sem apreensão em Taiwan. O governo local manifestou preocupação quanto a uma potencial perda de relevância estratégica no mercado global de chips, assim que as novas instalações da empresa nos EUA estiverem operacionais.

Pressão económica e tarifas como pano de fundo

Embora o pacote de investimento tenha sido anunciado publicamente em março, fontes oficiais em Taiwan indicam que a TSMC ainda não submeteu o projeto para a necessária aprovação governamental. Este é um passo obrigatório para investimentos internacionais desta magnitude, justificado por questões de segurança nacional e política externa.

Durante a entrevista concedida à Time Magazine, Trump explicou que a sua confiança nos executivos da TSMC se baseava tanto na credibilidade destes como na forte pressão económica resultante da sua política de tarifas. Segundo o presidente, seria insustentável para as empresas estrangeiras manterem a produção fora dos EUA face a tarifas potencialmente muito elevadas.

Trump foi mais longe, revelando que, apesar dos elogios públicos feitos à TSMC aquando do anúncio do investimento, nos bastidores ameaçou a empresa com a aplicação de tarifas que poderiam atingir os 100%, caso esta não expandisse a sua capacidade industrial em território americano. Mencionou ainda o CEO da NVIDIA, Jensen Huang, como outro exemplo de líder empresarial que anunciou novos investimentos nos EUA perante esta estratégia de pressão comercial.  

Contexto do investimento e perspetivas futuras

É relevante notar que, mesmo antes deste novo plano de 100 mil milhões de dólares, a TSMC já marcava presença nos EUA. A empresa tem em curso a construção de uma fábrica no Arizona, resultado de um investimento anterior que ascende a 65 mil milhões de dólares. A expectativa é que o novo e substancial pacote de investimento amplie significativamente a capacidade de produção de semicondutores nos Estados Unidos ao longo dos próximos anos.  

De momento, resta aguardar para perceber quais serão os efeitos a longo prazo destas movimentações estratégicas no sector tecnológico global e o impacto real da política de pressão exercida pela anterior administração norte-americana sobre gigantes da indústria como a TSMC.