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Apagão na Península Ibérica: A verdade por trás dos boatos e da desinformação em Sex 2 maio 2025 - 8:22

DJPRMF

vela acesa com fogo

O recente e sem precedentes apagão que mergulhou Espanha, Portugal e partes do sul de França na escuridão não trouxe apenas inconvenientes e caos – trouxe também uma avalanche de desinformação. Com o restabelecimento da energia, torna-se crucial desmistificar as falsas narrativas que rapidamente se espalharam online e até em alguns meios de comunicação, gerando confusão numa altura já de si crítica.

O próprio primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, alertou para o facto de estas crises serem um terreno fértil para "a desinformação e os boatos", apelando à cautela e a que não se partilhassem "informações de fontes duvidosas". Analisamos agora alguns dos principais mitos que circularam.

Mito 1: O apagão foi causado por um ciberataque

Uma das teorias mais disseminadas apontava para um ataque informático massivo à rede energética europeia. Consoante a versão, os culpados seriam a Rússia, Marrocos ou até a Coreia do Norte. Outras variantes sugeriam mesmo um ataque terrorista.

Inicialmente, o Centro Nacional de Criptologia de Espanha (INCIBE) investigou esta possibilidade, e o governo espanhol garantiu que todas as hipóteses seriam consideradas. No entanto, esta teoria foi rapidamente descartada. A Red Eléctrica, operadora da rede espanhola, comunicou na terça-feira seguinte ao incidente que não havia indícios de ciberataque, erro humano ou fenómeno meteorológico extremo. A causa mais provável apontada foi uma desconexão abrupta entre duas centrais elétricas no sudoeste da península.

Do lado português, o governo também afastou a hipótese de ataque informático, referindo "um problema na rede de transporte de energia" em Espanha. Fontes da União Europeia, incluindo a vice-presidente da Comissão Europeia, Teresa Ribera, corroboraram esta visão, afirmando não existir "nada que nos permita confirmar que houve algum tipo de boicote ou ciberataque".

Mito 2: Ursula von der Leyen acusou a Rússia

Pouco tempo após o início do apagão, começou a circular uma declaração falsa, atribuída à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na qual esta acusaria a Rússia de perpetrar um "ciberataque" e um "ataque direto" à soberania europeia. Esta informação foi disseminada por várias fontes, incluindo o político Alvise Pérez através do Telegram, citando erradamente a CNN.

A porta-voz da Comissão Europeia, Paula Pinho, desmentiu categoricamente estas alegações, sublinhando que a declaração "não é da presidente" e que o episódio demonstrava "até onde pode ir a manipulação da informação". De facto, von der Leyen não participou na conferência de imprensa mencionada e as suas declarações públicas não especularam sobre as causas do incidente.

Mito 3: A REN culpou um "fenómeno atmosférico raro"

Vários meios de comunicação internacionais de renome (como a Reuters, CNN e The Guardian) noticiaram inicialmente que a Redes Energéticas Nacionais (REN), operadora da rede portuguesa, teria atribuído o apagão a um "fenómeno atmosférico raro". Este fenómeno, descrito como "vibração atmosférica induzida" devido a variações extremas de temperatura no interior de Espanha, teria causado falhas de sincronização nas linhas de muito alta tensão. Esta versão chegou a ser ecoada pelo primeiro-ministro português, Luís Montenegro.

Contudo, a própria REN veio a público negar ter emitido tal comunicado. Um porta-voz da empresa confirmou à AFP que a REN não fez essa declaração, o que levou os meios de comunicação a retificar as suas notícias.

Mito 4: Existe uma tentativa de encobrimento por parte do governo

Aproveitando a incerteza, o partido de extrema-direita espanhol Vox acusou o governo de Espanha de estar a esconder as verdadeiras causas do apagão. A porta-voz parlamentar do partido, Pepa Millán, afirmou que o governo e a operadora "sabem perfeitamente o que aconteceu e não querem dizer".

O ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, refutou estas acusações, assegurando que o governo tem sido "transparente". O primeiro-ministro Sánchez reforçou esta posição, anunciando a solicitação de uma "investigação independente" para apurar as causas e recusando-se a descartar liminarmente qualquer hipótese, incluindo a de um ataque informático (embora considerada improvável pelas entidades técnicas). Paralelamente, o Supremo Tribunal de Justiça de Espanha (Audiencia Nacional) está também a investigar a possibilidade de "sabotagem informática nas infraestruturas críticas espanholas".

Em suma, enquanto as investigações técnicas e judiciais prosseguem para determinar com exatidão a causa do apagão, é evidente que a crise foi acompanhada por uma significativa onda de desinformação. Este episódio sublinha, mais uma vez, a importância de verificar as fontes e de aguardar por informações oficiais em momentos de incerteza.



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