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O Pinterest veio finalmente a público pedir desculpa pela monumental confusão na moderação que tem assolado a rede social nas últimas semanas. A situação levou ao banimento de contas e à remoção de Pins, ações que os utilizadores classificaram como completamente injustificadas. Em publicações feitas nas redes sociais esta terça-feira, a empresa assumiu a responsabilidade pelo sucedido, afirmando que um "erro interno" esteve na origem da desativação incorreta de algumas contas.

O que realmente se passou? Um 'erro interno' e suspeitas de IA

Apesar do mea culpa, o Pinterest não forneceu grandes detalhes sobre a natureza exata deste "erro interno". Esta falta de transparência deixou muitos utilizadores a especular se a onda de bans não terá sido causada por uma dependência excessiva em sistemas de moderação baseados em Inteligência Artificial que, pelos vistos, andaram a ver coisas onde não existiam.

Os problemas geraram um clima de grande agitação e fúria entre a comunidade de utilizadores do Pinterest. Muitos queixaram-se de que a empresa ignorou por completo as suas preocupações e não foi transparente nem sobre o problema em si, nem sobre as medidas que estariam (ou não) a ser tomadas para o resolver.

A fúria dos utilizadores ecoou pela Internet

Durante semanas, os relatos de bans em massa acumularam-se nas secções de comentários das publicações do Pinterest nas redes sociais, no subreddit dedicado à plataforma e noutros cantos da Internet. No Reddit, por exemplo, eram constantes as queixas de utilizadores que viam as suas contas desativadas e publicações removidas sem qualquer sentido, garantindo que as suas ações e Pins não infringiam as políticas da plataforma. Numa megathread afixada no Reddit, o desespero era palpável, com utilizadores a lamentarem a perda súbita e inexplicável dos seus Pins e Boards, enquanto outros expressavam a sua raiva e frustração de forma mais veemente.

A situação escalou a tal ponto que um grupo de utilizadores chegou mesmo a ameaçar com ações legais contra o Pinterest devido aos bans em massa. Houve ainda quem sugerisse levar as queixas diretamente ao CEO da empresa, Bill Ready, e a outros executivos através do LinkedIn.

A resposta (tardia) do Pinterest

Durante todo este tempo, o Pinterest manteve-se em silêncio oficial sobre o assunto. A primeira comunicação surgiu apenas a 1 de maio, através de uma publicação na rede social X (anteriormente Twitter), onde a empresa afirmava estar "atenta às preocupações sobre as recentes desativações de contas". No entanto, nessa mesma comunicação, o Pinterest aproveitou para sublinhar que monitoriza regularmente a sua plataforma para detetar conteúdos que violem as Normas da Comunidade. Por outras palavras, recusou-se a admitir que o problema era real e generalizado.

Em vez disso, o Pinterest solicitou aos utilizadores que enviassem uma mensagem direta (DM) caso acreditassem que a sua conta tinha sido desativada por engano, como se os bans fossem casos isolados e pudessem ser tratados individualmente.

Felizmente, o tom mudou com a mais recente declaração da empresa, embora muitos utilizadores considerem que esta chega "demasiado tarde e é insuficiente".

A 13 de maio, o Pinterest publicou no X e nos comentários do Instagram que algumas contas de utilizadores foram, de facto, desativadas por engano. A declaração dizia o seguinte:

"Estamos empenhados em tornar o Pinterest o lugar mais seguro e positivo na internet, o que significa definir um padrão elevado para a segurança do conteúdo e esforçarmo-nos continuamente para o cumprir. Recentemente, tomámos medidas relativamente a violações das nossas políticas de conteúdo, mas um erro interno levou a uma aplicação excessiva das regras e algumas contas foram desativadas por engano. Lamentamos a frustração que isto causou. Repusemos muitas das contas afetadas e estamos a implementar melhorias para responder mais rapidamente quando ocorrem erros. Obrigado pela vossa paciência enquanto trabalhamos para corrigir esta situação para todos os nossos utilizadores."

"Tarde demais, Pinterest?" – A reação da comunidade

A resposta dos utilizadores do Pinterest a esta declaração foi, maioritariamente, de desagrado, com muitos a enumerarem as suas diversas queixas. Alguns afirmaram ter recorrido das suas suspensões por email sem obter qualquer ajuda. Outros mostraram-se convictos de que a Inteligência Artificial do Pinterest identificou incorretamente as suas publicações. Um sentimento comum entre muitos utilizadores era o de não terem feito nada que justificasse um ban, e de nunca lhes ter sido dada uma razão clara para a desativação das suas contas.