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O fim da Pesquisa Google? A IA está a "matar" os cliques e a ameaçar a internet que conhecemos em Dom 15 Jun 2025 - 12:28

DJPRMF

Smartphone com imagem da Google e fundo em explosão

Durante décadas, a Pesquisa Google foi a principal porta de entrada para a internet. De acordo com a empresa de análise Semrush, cerca de 20% de todo o tráfego online para os maiores websites do mundo começa com uma simples pesquisa no Google. Para alguns, essa dependência é ainda mais avassaladora, constituindo 63% das visitas à Wikipedia e 58% dos visitantes do Tripadvisor. Contudo, esta realidade está a mudar a uma velocidade estonteante.

A ascensão da pesquisa com Inteligência Artificial

Os tempos mudaram e os motores de busca tradicionais estão a perder terreno. Dados da Similarweb indicam que as ferramentas de pesquisa baseadas em Inteligência Artificial, como o ChatGPT, Perplexity e, ironicamente, o próprio Gemini da Google, já estão a substituir 10% das referências de tráfego que a pesquisa convencional perdeu. Esta transição está a ocorrer tanto nos telemóveis como nos computadores de secretária.

A Apple facilitou a vida aos utilizadores ao permitir a criação de atalhos para o ChatGPT no iPhone através do Botão de Ação e de widgets. Do outro lado da barricada, a Google está a substituir o seu Assistente pelo Gemini no sistema operativo Android, sinalizando uma clara mudança de estratégia.

AI Overview: a funcionalidade da Google que se tornou um "assassino de cliques"

Numa tentativa de não ficar para trás, a Google integrou funcionalidades de IA na sua pesquisa com o "AI Overview". Esta ferramenta aparece no topo de certos resultados e, em vez de apresentar uma lista de links, fornece um resumo gerado por IA que responde diretamente à questão do utilizador. A consequência imediata? Menos cliques para os websites que fornecem a informação original.

pesquisa com ia da google

Os números não mentem. Em março, a Similarweb revelou que as pesquisas com um AI Overview resultaram num clique para um website em apenas 23% das vezes. Em comparação, as pesquisas sem esta funcionalidade tiveram uma taxa de cliques de 36%. Para agravar a situação, a empresa de investigação Ahrefs descobriu que a exibição de resumos de IA nos resultados da Google mais do que duplicou entre 12 de março e 6 de maio.

Kevin Indig, consultor de SEO e autor do blog Growth Memo, é categórico: "Ao olhar para os resultados de pesquisa que mostram uma resposta de IA, comparando com os que não mostram, encontrámos uma queda louca. Isto é um assassino de cliques."

As primeiras vítimas: empresas sentem o impacto no tráfego e nas receitas

As consequências desta mudança já são visíveis no mundo real. A publicação Barron's relata que o site de notícias financeiras Business Insider reduziu o seu pessoal em 21% em maio, citando quedas de tráfego "fora do seu controlo". A CEO, Barbara Pen, admitiu num memorando aos funcionários que "os modelos de negócio estão sob pressão, a distribuição é instável e a competição pela atenção é mais feroz do que nunca".

Outros exemplos incluem a corretora Schwab.com, cujo tráfego diminuiu em maio pela primeira vez em dois anos, e até a Netflix, que viu as visitas ao seu site caírem 23% no mês passado.

O caso da Chegg, uma empresa que disponibiliza uma aplicação de ajuda aos trabalhos de casa, é talvez o mais dramático. Avaliada em 15,1 mil milhões de dólares no início de 2021, com ações a 113,51 dólares, a empresa vale agora apenas 144 milhões de dólares, com as ações a serem negociadas a 1,35 dólares. O CEO, Nathan Schultz, culpa diretamente os AI Overviews da Google, afirmando que a empresa não precisaria de procurar alternativas estratégicas "se a Google não tivesse lançado os AI Overviews, retendo tráfego que historicamente vinha para a Chegg". A Chegg avançou com um processo judicial contra a Google, acusando-a de usar a sua posição dominante para republicar conteúdo sem permissão em respostas de IA que competem injustamente pela atenção dos utilizadores.

O futuro da pesquisa e a aposta de milhares de milhões da Google

Embora grande parte do público ainda veja a IA como uma ameaça ou uma mera curiosidade para criar textos divertidos, a perceção da sua utilidade está a crescer rapidamente. Entre dezembro e março, o número de utilizadores ativos semanais do ChatGPT disparou de 300 para 500 milhões, com muitos a pagarem 20 dólares por mês pelo serviço.

A Pesquisa Google, como a conhecemos, poderá parecer muito diferente daqui a alguns anos, isto se sobreviver. É por isso que a Google está a investir fortemente para tornar o Gemini uma marca de IA popular e reconhecida. Em risco estão as receitas trimestrais de 90 mil milhões de dólares (cerca de 84 mil milhões de euros) que a Pesquisa Google gerou no primeiro trimestre de 2025, um valor colossal que a empresa não se pode dar ao luxo de perder.



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