
A Orange, a conhecida multinacional francesa e uma das maiores operadoras de telecomunicações do mundo, revelou ter detetado uma violação de segurança num dos seus sistemas na passada sexta-feira. A empresa já está a trabalhar para resolver a situação, mas o incidente causou algumas perturbações nos serviços.
O que aconteceu exatamente?
O sistema comprometido foi descoberto e isolado da restante rede pela Orange Cyberdefense, a unidade de negócio de cibersegurança da empresa, no dia 25 de julho. Esta ação de isolamento, embora necessária, resultou em perturbações operacionais que afetaram principalmente os clientes em França. A expectativa é que os serviços sejam gradualmente repostos até à manhã de quarta-feira, dia 30 de julho.
Num comunicado oficial, o grupo afirmou: "Na sexta-feira, 25 de julho, o Grupo Orange detetou um ciberataque a um dos seus sistemas de informação. Imediatamente alertadas, com o apoio da Orange Cyberdefense, as equipas mobilizaram-se totalmente para isolar os serviços potencialmente afetados e limitar o impacto".
Desde a deteção do ataque, a empresa já notificou as autoridades competentes e apresentou queixa formal.
Dados dos clientes estão em risco?
Até ao momento, a investigação interna não encontrou qualquer evidência de que dados de clientes ou da própria Orange tenham sido roubados durante o incidente. Esta é, sem dúvida, a maior preocupação em qualquer ataque deste género.
"Nesta fase da investigação, não há provas que sugiram a extração de quaisquer dados de clientes ou da Orange. Permanecemos vigilantes a este respeito", acrescentou a empresa, deixando uma nota de tranquilidade, mas também de cautela.
Quem está por detrás do ataque? A sombra da China
A Orange ainda não atribuiu a autoria do ciberataque a nenhum grupo de hackers ou agente específico. No entanto, as características do incidente são semelhantes a uma série de ataques recentes que visaram fornecedores de telecomunicações nos Estados Unidos e noutros países, os quais foram associados ao grupo de ciberespionagem chinês Salt Typhoon.
Em outubro, o FBI e a CISA confirmaram que hackers estatais chineses do grupo Salt Typhoon tinham violado múltiplos fornecedores de telecomunicações, incluindo gigantes como a AT&T e a Verizon. No mês passado, a Comcast e a Digital Realty também foram identificadas como potenciais alvos do mesmo grupo.
Orange já tinha sido alvo no passado
Este não é um evento inédito para a operadora. Em fevereiro, a filial romena da Orange foi atingida por outro ciberataque. Na altura, um hacker que usava o pseudónimo 'Rey' reivindicou o roubo de milhares de documentos internos, incluindo dados de funcionários, registos de utilizadores e código-fonte.
A Orange presta serviços a 294 milhões de clientes na Europa, África e Médio Oriente. O gigante das telecomunicações conta com 125.800 funcionários em todo o mundo e reportou receitas de 40,3 mil milhões de euros em 2024.