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Foi lançada esta quinta-feira, dia 31 de julho, em fase alfa, a Showrunner, uma plataforma de streaming que promete revolucionar o entretenimento ao ser apelidada de "Netflix da IA". A sua proposta inovadora permite que os próprios utilizadores recorram à Inteligência Artificial Generativa para criar os seus próprios programas, podendo até inserir-se a si mesmos nas produções. Com o apoio financeiro da Amazon, a plataforma já estará em conversações com gigantes como a Disney.

Como funciona a "Netflix da IA"?

Desenvolvida pela Fable Studio, uma empresa fundada por veteranos da Oculus (a companhia de realidade virtual adquirida pela Meta em 2014), a Showrunner tem um objetivo ambicioso: dar aos seus assinantes as ferramentas para criarem programas originais ou colaborarem em produções de outras pessoas através de IA Generativa.

A confirmação do lançamento e do investimento da Amazon, através do seu fundo Alexa Fund para "tecnologias emergentes", surgiu após a notícia ter sido avançada pelo portal Business Insider. A plataforma, anunciada no ano passado, materializa-se agora como um espaço onde a criatividade do utilizador é o principal motor de conteúdo.

Monetização para criadores e parcerias com Hollywood

Um dos aspetos mais interessantes do modelo da Showrunner é a monetização para os criadores. Estes recebem 40% da receita gerada sempre que outro utilizador aproveita uma das suas criações para produzir algo novo. O financiamento provém da compra mensal de créditos, um sistema comum em serviços de IA para gerir a utilização dos servidores, com valores que variam entre os 10 e os 40 dólares (entre 9 € e 37 € numa conversão aproximada).

Para além do apoio da Amazon, o CEO da Fable Studio, Edward Saatchi, revelou que a Showrunner já fechou um acordo com um grande estúdio de cinema, cujo nome não foi divulgado, e está em negociações com outros nomes de peso, incluindo a Disney. Saatchi acredita que, perante o sucesso de parcerias vistas em fenómenos como o jogo Fortnite, os gigantes de Hollywood estão mais recetivos a colocar as suas propriedades intelectuais nas mãos dos espetadores.

O futuro do entretenimento ou uma aposta arriscada?

Para convencer os estúdios, a startup não só oferece uma fatia da receita, mas também salienta o potencial de marketing viral. Ao dar liberdade aos utilizadores, estes partilharão as suas criações nas redes sociais, gerando visibilidade para as franquias. O CEO vislumbra um futuro onde um fã de Star Wars poderia criar planetas, personagens e enredos dentro desse universo, seguindo diretrizes impostas pela Disney.

Para incentivar a criação, a própria Fable Studio está a produzir séries originais, como "Exit Valley". Descrita como uma comédia ao estilo de "Family Guy", a série satiriza figuras proeminentes do mundo da tecnologia e da IA, como Sam Altman e Elon Musk, e também pode ser modificada pelos assinantes.

Ainda é cedo para determinar o sucesso da Showrunner, mas a sua chegada reforça a crescente influência da Inteligência Artificial na indústria cinematográfica. Atualmente, a plataforma está disponível apenas em inglês e o acesso requer um registo no Discord da Fable, através do site oficial da Showrunner.