
O Match Group, empresa-mãe de algumas das mais populares aplicações de encontros como o Tinder, Hinge, OkCupid e PlentyOfFish, vai pagar 14 milhões de dólares (cerca de 13 milhões de euros) para resolver uma queixa por práticas comerciais desleais. A decisão foi anunciada pela Federal Trade Commission (FTC), a agência norte-americana de proteção do consumidor, e o valor do acordo será utilizado para compensar os utilizadores lesados.
O processo, que remonta a 2019, acusava a gigante dos encontros online de várias práticas consideradas enganosas. Segundo a queixa, a empresa utilizava publicidade que induzia os utilizadores a subscreverem os seus serviços, para depois dificultar ao máximo o cancelamento dessas mesmas subscrições.
As acusações da FTC
A investigação da FTC revelou que o Match Group não só recorria a anúncios enganosos para atrair novos assinantes, como também penalizava os clientes que tentavam contestar cobranças indevidas. Em muitos casos, os utilizadores que apresentavam uma reclamação sobre a faturação viam as suas contas bloqueadas, perdendo o acesso a um serviço pelo qual tinham pago.
Esta situação criava um ciclo vicioso: os utilizadores eram atraídos por promessas que não correspondiam totalmente à realidade e, quando tentavam cancelar ou reclamar, enfrentavam obstáculos e retaliações por parte da empresa.
O que muda para os utilizadores
Além do pagamento da coima, o acordo impõe novas regras de transparência e conduta ao Match Group. A empresa terá de divulgar de forma clara e visível todos os termos e condições das suas ofertas, incluindo a famosa "garantia de seis meses", detalhando quaisquer limitações que se apliquem.
O processo de cancelamento de subscrições terá de ser simplificado, permitindo que os clientes terminem os seus planos sem complicações. Por fim, o Match Group está proibido de retaliar contra os utilizadores que contestem cobranças, não podendo negar-lhes o acesso aos serviços pagos.
Este acordo surge num ano em que o Match Group já se encontrava sob escrutínio público, após uma investigação ter alegado que a empresa falhou em agir perante denúncias de assédio sexual e que não se esforçou para impedir que utilizadores abusivos ou perigosos voltassem a criar perfis noutras plataformas do seu vasto portfólio.