
Uma mulher de 40 anos, de nacionalidade estrangeira, foi detida esta terça-feira no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, por suspeitas de envolvimento numa rede de extorsão online que movimentou centenas de milhares de euros. A detida é fortemente indiciada pela prática de crimes de burla, extorsão e branqueamento de capitais, utilizando o método conhecido como ‘sextortion’.
A detenção foi comunicada pela Polícia Judiciária, através da sua Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), que conduziu a investigação. A suspeita chegava de um voo proveniente de fora do Espaço Schengen quando foi intercetada pelas autoridades.
O esquema: da conversa online à extorsão com conteúdos íntimos
O método utilizado pela suspeita começava de forma aparentemente inofensiva nas redes sociais. A mulher abordava as vítimas online, iniciava conversas e, gradualmente, ganhava a sua confiança ao ponto de as convencer a partilhar conteúdos de cariz íntimo, como fotografias e vídeos. Este processo incluía também a realização de videochamadas, durante as quais os momentos privados eram captados.
Com este material em sua posse, a suspeita passava à fase de extorsão, exigindo pagamentos sob a ameaça de divulgar os conteúdos a familiares, amigos e contactos profissionais das vítimas, criando uma situação de enorme pressão psicológica.
Contas bancárias usadas para branquear os lucros do crime
A investigação da UNC3T revelou que a detida não só participava ativamente na extorsão, como também desempenhava um papel central no esquema financeiro. Era titular de várias contas bancárias que serviam para receber o dinheiro das vítimas. Numa dessas contas, as autoridades detetaram um volume de transações superior a meio milhão de euros.
A mulher, que já estava referenciada em vários inquéritos relacionados com este tipo de cibercrime, utilizava parte dos lucros em proveito próprio. A detida será agora presente a primeiro interrogatório judicial para a aplicação das respetivas medidas de coação.