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Numa reviravolta que define a nova era da indústria dos videojogos, Helldivers 2, um título que até há pouco tempo era um exclusivo de consola da Sony na PlayStation 5, é atualmente o jogo mais vendido na Xbox. Se tivermos em conta a sua edição premium, o jogo ocupa o primeiro e o terceiro lugar da tabela de vendas, provando que a estratégia multiplataforma pode ser um sucesso estrondoso.

Atualmente, é o nono jogo mais jogado na plataforma da Microsoft, um feito notável considerando que é superado maioritariamente por títulos gratuitos como Fortnite e Roblox, para além de gigantes estabelecidos como Minecraft e GTA V.

Os números de um sucesso

O sucesso de Helldivers 2 na Xbox não é uma surpresa para quem acompanhou o seu percurso na PS5 e no PC. Em maio, a Sony revelou que o título se tinha tornado no jogo da PlayStation a vender mais rapidamente de sempre, atingindo 12 milhões de cópias em apenas 12 semanas.

Com a sua chegada a uma nova plataforma, as estimativas apontam que o jogo já tenha ultrapassado os 18 milhões de unidades vendidas. Segundo informações partilhadas pelo Eurogamer, só na Xbox, Helldivers 2 vendeu quase um milhão de cópias na sua primeira semana.

Uma nova era para a Sony e Microsoft

Vivemos numa era em que empresas como a Sony e a Microsoft já não veem os seus jogos de sucesso apenas como uma forma de vender as suas próprias consolas, mas sim como produtos valiosos por si só. A estratégia é vender o maior número de cópias possível, independentemente da plataforma.

A Sony tem vindo a adotar esta posição gradualmente. Já em 2022, a empresa planeava que cerca de metade dos seus lançamentos chegasse ao PC ou a dispositivos móveis. Em agosto deste ano, a gigante japonesa admitiu estar a "afastar-se de um modelo de negócio centrado no hardware".

Esta mudança não é unilateral. Em maio, os três jogos mais vendidos na PlayStation eram da Microsoft. Agora, a situação inverteu-se, com um jogo publicado pela Sony a dominar a loja da concorrência.

Mas Helldivers 2 é mesmo um jogo da PlayStation?

Apesar de ser publicado pela PlayStation, o estúdio que o desenvolveu, Arrowhead Game Studios, não pertence à Sony. No entanto, foi a Sony que esteve no controlo das decisões estratégicas. Foi a gigante japonesa que, inicialmente, exigiu uma conta PlayStation para jogar no PC e que, segundo o estúdio, tinha o poder de decidir sobre uma eventual versão para a Xbox.

Em contrapartida, a Microsoft não precisa de acordos de publicação para levar os seus maiores títulos, como Indiana Jones ou Hellblade 2, à PS5, uma vez que é dona dos estúdios que os desenvolvem, como a Bethesda e a Ninja Theory.

O futuro da identidade das consolas

Este cenário levanta uma questão fundamental para o futuro da indústria: o que define uma Xbox ou uma PlayStation se os seus jogos mais emblemáticos já não são exclusivos? A identidade de uma consola deixa de ser apenas o local onde se jogam certos títulos para se tornar numa experiência, num ecossistema e num conjunto de comandos familiares. Este é o novo desafio que Microsoft e Sony enfrentam nesta estrada que decidiram percorrer juntas.