
As redes sociais, de fóruns como o Reddit a vídeos no TikTok, tornaram-se o palco preferido da Geração Z para partilhar os desafios, problemas e, por vezes, as histórias mais absurdas do mercado de trabalho. O mais recente episódio a tornar-se viral podia ser o argumento de uma comédia, mas aconteceu mesmo: uma empresa pediu a um candidato que levasse um café específico da Starbucks para a sua entrevista presencial com o chefe.
A história, partilhada no Reddit, mostra até que ponto alguns processos de recrutamento podem ultrapassar os limites do razoável.
O pedido insólito: um café e perguntas ilegais
Um candidato com formação em informática candidatou-se a uma vaga de comercial por telefone. Após uma breve entrevista telefónica, foi convidado para uma reunião presencial no dia seguinte, diretamente com o proprietário da empresa. Até aqui, tudo normal. No entanto, como o próprio relata, "depois a coisa ficou estranha".
Dez minutos após o primeiro contacto, o departamento de contratação voltou a ligar. A chamada servia para confirmar a disponibilidade do proprietário e para adicionar um requisito peculiar à entrevista: o candidato teria de levar "um café de Starbucks meio frio (sem açúcar)".
Como se o pedido já não fosse suficientemente bizarro, a empresa foi mais longe, fazendo perguntas que, em muitos locais, são ilegais num contexto de recrutamento. Questionaram o candidato sobre a sua nacionalidade, a dos seus pais e a sua idade.
A resposta que 'arrumou' o recrutador
O candidato, de nacionalidade russa e a viver na Califórnia, confessou que, por estar desesperado por encontrar trabalho, chegou a ponderar aceitar as condições. Felizmente, pouco depois, recebeu o contacto de outra empresa com uma abordagem bastante mais profissional.
A decisão foi fácil. O informático enviou uma mensagem ao responsável de contratação a cancelar a entrevista, com uma justificação carregada de ironia: explicou que decidiu explorar outras oportunidades que não exijam uma paragem num Starbucks a caminho da entrevista e desejou-lhes sorte a encontrar alguém com as competências necessárias e, claro, "entusiasmo por levar café".
A resposta do recrutador não se fez esperar, acusando o candidato de falta de profissionalismo e de o ter feito ficar mal visto perante o chefe.
Um 'míssil' esquivado e a ilegalidade da situação
O autor da publicação considera que conseguiu "esquivar não uma bala, mas um míssil grande". Os comentários na publicação rapidamente reforçaram a sua decisão, sublinhando que tomar decisões de contratação com base na nacionalidade é completamente ilegal, especialmente no estado da Califórnia.
O candidato acrescentou ainda um detalhe sobre uma experiência anterior, onde a sua contratação "dependeu de um funcionário ucraniano se sentir confortável a trabalhar com um russo", uma situação que ele próprio resolveu ao afirmar que apoiava a Ucrânia no conflito, mostrando a complexidade que estas questões podem atingir no ambiente de trabalho.