
Depois de uma crise financeira que a levou à beira do abismo no final de 2022, a fabricante chinesa de veículos elétricos WM Motor, que muitos davam como perdida, está de volta. Com um novo proprietário ao leme, a empresa prepara-se para retomar a produção ainda durante o mês de setembro, com planos ambiciosos para recuperar o seu espaço no mercado.
Um novo fôlego com novos donos e objetivos ambiciosos
A salvação da WM Motor chega através da Shenzhen Xiangfei Automobile Sales Co, que se tornou a principal investidora na reestruturação e nova acionista das quatro entidades operacionais da fabricante. O primeiro grande objetivo é reativar rapidamente a produção em massa dos modelos EX5 e E5 na fábrica de Wenzhou.
Para este ano, a reestruturada WM Motor pretende produzir e vender entre 10.000 e 20.000 veículos, com uma receita projetada que pode variar entre 1 e 2 mil milhões de renminbi (cerca de 130 a 260 milhões de euros). Além disso, a empresa planeia diversificar a sua oferta com o lançamento de um novo sedan de segmento A00 e um SUV compacto, visando uma produção combinada de 10.000 unidades ainda em 2025.
Planos para o futuro e expansão internacional
Os planos da "nova" WM Motor não se ficam pelo mercado interno. A empresa anunciou que irá estabelecer uma fábrica de montagem na Tailândia já este ano, um passo estratégico para a expansão nos mercados do Sudeste Asiático e do Médio Oriente.
As metas a longo prazo são ainda mais arrojadas. Até 2026, o objetivo é operar em plena capacidade, com uma produção anual de 100.000 veículos e uma receita a aproximar-se dos 10 mil milhões de renminbi (cerca de 1,3 mil milhões de euros). Para o biénio 2027-2028, a mira está apontada para um volume de vendas superior a 300.000 unidades. Nos próximos cinco anos, a fabricante promete lançar mais de 10 novos produtos, abrangendo sedans, SUVs, monovolumes e crossovers.
A queda e o renascimento de um gigante caído
Fundada em 2015, a WM Motor foi uma das startups promissoras no competitivo mercado chinês de veículos elétricos, tendo iniciado a produção em massa do seu primeiro veículo em 2018. No entanto, uma grave crise financeira no final de 2022 ditou um caminho difícil, que culminou com um pedido de insolvência em outubro de 2023. Em março de 2024, a empresa foi oficialmente declarada insolvente, iniciando um processo de reorganização.
Este regresso só é possível graças a um investimento inicial de mil milhões de renminbi por parte da Xiangfei, destinado à modernização de equipamentos, reestruturação da cadeia de abastecimento e desenvolvimento de novos produtos. A operação contou ainda com o apoio dos governos municipais de Xangai e Wenzhou, que ajudaram a criar um ambiente favorável para o renascimento da marca.