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A Tesla enfrenta dois processos judiciais movidos pelas famílias de dois estudantes universitários que morreram num acidente com um Cybertruck em novembro de 2024. As queixas alegam que o design da futurista camioneta, em particular as suas portas elétricas com mecanismos de abertura manual ocultos, impediu que as vítimas escapassem do veículo em chamas.

Segundo avança a Bloomberg, os processos foram apresentados pelas famílias de Jack Nelson, de 20 anos, e Krysta Tsukahara, de 19, que se encontravam entre os passageiros.

O acidente que vitimou três jovens

O trágico acidente ocorreu na noite de 27 de novembro de 2024, em Piedmont, um subúrbio de São Francisco. De acordo com um relatório da Patrulha Rodoviária da Califórnia, o Tesla Cybertruck circulava em excesso de velocidade numa rua residencial quando embateu violentamente contra uma árvore, incendiando-se de seguida.

O impacto terá provocado uma avaria nas portas elétricas, aprisionando os quatro ocupantes no interior. Três dos passageiros, incluindo Nelson e Tsukahara, não sobreviveram. O quarto ocupante conseguiu ser retirado através de uma janela partida e sobreviveu.

Portas elétricas e saídas manuais ocultas no centro da polémica

A base das acusações reside no design inovador, mas agora controverso, do Cybertruck. O veículo não possui puxadores de porta exteriores tradicionais, sendo a abertura feita através de pequenos botões eletrónicos junto às janelas. Embora existam mecanismos de abertura manual no interior, os processos judiciais argumentam que estes são difíceis de encontrar, especialmente em pânico.

Para abrir as portas traseiras manualmente, é necessário levantar um tapete no compartimento de arrumação da porta e puxar um cabo escondido por baixo. Os queixosos defendem que, juntamente com os painéis de aço inoxidável e o vidro reforçado do Cybertruck, que dificultaram as operações de socorro, estas características de design foram fatais.

Um problema que não é novo para a Tesla

Esta não é a primeira vez que as portas elétricas da Tesla são alvo de escrutínio. No mês passado, a Administração Nacional de Segurança no Trânsito Rodoviário (NHTSA) dos EUA iniciou uma investigação preliminar sobre falhas nos puxadores de porta de veículos Model Y de 2021, após vários relatos de pais que não conseguiram entrar nos seus carros, deixando crianças presas no interior.

Uma investigação anterior da Bloomberg já tinha revelado vários casos em que pessoas ficaram feridas ou morreram quando os veículos da Tesla perderam energia, normalmente após acidentes, e as portas não abriram. Desde 2018, a NHTSA já recebeu mais de 140 queixas sobre portas da Tesla que ficam presas ou não abrem corretamente.