
A Tinder está a apostar forte na inteligência artificial para tentar reverter uma maré negativa. A empresa-mãe, Match Group, registou uma queda no número de subscritores nos últimos nove trimestres. A nova arma chama-se "Química", uma funcionalidade de IA que promete analisar o rolo da câmara do seu telemóvel.
Segundo o TechCrunch, o recurso foi apresentado numa reunião com investidores. O CEO Spencer Rascoff descreveu-o como "um dos principais pilares da experiência do Tinder em 2026".
IA para analisar o seu estilo de vida
O objetivo da "Química" é reduzir a chamada "fadiga do swipe" — o cansaço de deslizar perfis horas a fio sem encontrar alguém compatível. Para isso, o Tinder quer que a IA analise elementos das suas fotos, como locais e atividades.
Na prática, se o utilizador tiver várias fotos a praticar desportos ao ar livre, a app poderá sugerir perfis de pessoas com o mesmo estilo de vida. Além da análise das imagens, a ferramenta faz perguntas interativas para cruzar essas informações. Naturalmente, esta tecnologia depende da autorização do utilizador para aceder às imagens armazenadas no dispositivo.
Aposta para reverter a quebra
Esta não é a única aposta da Tinder em IA. A plataforma já usa aprendizagem automática para alertar utilizadores antes do envio de mensagens potencialmente ofensivas (com a pergunta: "Tem a certeza?"). Outro recurso ajuda a escolher as melhores fotos para o perfil, com base nas que têm maior probabilidade de atrair interações.
Estas novidades surgem num cenário financeiro desafiante. No terceiro trimestre de 2025, a receita do Tinder caiu 3% em relação a 2023, e o número de utilizadores pagantes diminuiu 7%. O Match Group projeta mesmo uma perda de cerca de 14 milhões de dólares (cerca de 13,1 milhões de euros) na receita direta do Tinder no quarto trimestre, devido aos testes com estes novos produtos.
Lançamento em teste
Apesar dos custos, o grupo acredita que a IA é essencial para "tornar os encontros online mais personalizados e relevantes".
De momento, a função "Química" está em fase de testes na Nova Zelândia e na Austrália. Espera-se que chegue a outros países nos próximos meses, embora ainda não exista uma previsão de lançamento global. É possível que mais detalhes sejam revelados durante o Mobile World Congress (MWC), em fevereiro de 2026.