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O mercado de streaming de música parece estar completamente saturado. Entre gigantes como o Spotify, Amazon, Apple e YouTube, e serviços de nicho como o Qobuz ou Tidal, há pouca margem para novos concorrentes. No entanto, um novo interveniente surgiu em setembro, o Coda Music, e está a usar as polémicas recentes dos rivais para se destacar.

O serviço criticou abertamente o cofundador do Spotify, Daniel Ek, pelo seu controverso financiamento à empresa de tecnologia de defesa Helsing. Agora, a plataforma ataca outra frente: o "lixo" musical gerado por Inteligência Artificial que inunda os catálogos.

O filtro "anti-slop" da Coda Music

A Coda Music anunciou hoje o lançamento de ferramentas de identificação de IA, com o objetivo claro de encontrar e rotular músicas que não foram compostas por humanos. A abordagem tem várias frentes.

Primeiro, qualquer artista adicionado à Coda será analisado quanto às suas origens de IA e o seu perfil será rotulado como "Artista IA" para que os ouvintes saibam o que estão a ouvir. Além disso, a Coda permite que os próprios utilizadores sinalizem perfis suspeitos de serem gerados por IA; a empresa irá depois revê-los e aplicar a etiqueta, se necessário.

Por fim, para quem não quer qualquer contacto com este tipo de conteúdo, existe uma opção nas definições que permite simplesmente desligar todos os artistas de IA. A utilidade disto dependerá da eficácia da Coda a detetar estas músicas, mas a ideia de "desligar o lixo" é certamente apelativa.

Uma plataforma social e (ativamente) anti-guerra

Para além da sua posição contra a IA, a Coda Music define-se pela garantia de que a empresa "não investe na guerra". A plataforma também afirma pagar a "taxa por stream mais alta" da indústria, embora admita que o modelo atual é insuficiente. "O verdadeiro problema não é quanto se paga por stream, é que o streaming por si só não paga o suficiente", pode ler-se no site da empresa.

Para tentar mitigar isto, a Coda permite que os utilizadores escolham um "artista independente ou qualificado" que receberá diretamente 1 dólar (cerca de 0,93 €) da sua mensalidade.

A ambição final da Coda é transformar a sua aplicação num feed social de partilha de música, onde as recomendações vêm de humanos e não de algoritmos. Os utilizadores podem partilhar qualquer coisa no seu feed, incluindo links externos e fotos (como as imagens desfocadas do último concerto). A página inicial destaca playlists feitas por fãs e utilizadores recomendados, e um separador social mostra as publicações de quem segue, sejam eles outros utilizadores ou os próprios artistas.

Disponibilidade e preços

As novas funcionalidades de filtragem de IA estão disponíveis a partir de hoje nas aplicações para iOS e Android. A empresa ainda não tem uma interface web, mas confirmou que esta "chegará em breve".

Quanto a preços, o Coda Music custa atualmente 11 dólares por mês (cerca de 10,20 €) para o plano individual, ou 17 dólares por mês (cerca de 15,80 €) para um plano familiar com até quatro ouvintes.