
A gigante das telecomunicações norte-americana Verizon confirmou que vai avançar com uma redução significativa da sua força de trabalho, afetando mais de 13.000 colaboradores. A medida, anunciada pelo CEO Dan Schulman, insere-se num plano abrangente de reestruturação para tornar a empresa mais ágil e competitiva num mercado cada vez mais desafiante.
Estratégia de eficiência e mudança no retalho
Numa comunicação interna, Schulman detalhou que a empresa está a reduzir o número de efetivos e a cortar nas despesas com trabalho externo e outsourcing. O objetivo central é "construir uma Verizon mais forte", eliminando a complexidade operacional que, segundo o CEO, tem gerado atrito e frustração junto dos clientes. Estas alterações foram confirmadas num memorando à equipa, onde a liderança sublinha a necessidade de alinhar recursos para criar novo valor.
Além dos cortes diretos no pessoal, a Verizon vai alterar a sua presença física no retalho. O plano inclui a conversão de 179 lojas próprias em franchisados e o encerramento definitivo de um espaço comercial. Schulman, que assumiu o cargo em outubro após liderar a PayPal, tinha já avisado os investidores que a empresa tomaria medidas "audazes e fiscalmente responsáveis" para redefinir a sua trajetória, garantindo que as mudanças não seriam apenas incrementais.
Contexto financeiro e apoio à transição
Os cortes agora confirmados representam cerca de 13% da força de trabalho total da empresa, que contava com aproximadamente 100.000 funcionários a tempo inteiro em setembro. Este movimento surge num cenário de concorrência agressiva e de uma quebra no número de clientes de serviços pós-pagos, somando-se aos cerca de 20.000 empregos já eliminados pela operadora nos três anos anteriores.
Curiosamente, esta redução de custos ocorre numa altura em que a Verizon se prepara para finalizar a aquisição da Frontier Communications, um negócio avaliado em cerca de 20 mil milhões de dólares (aproximadamente 19 mil milhões de euros), previsto para ser concluído no início do próximo ano.
Para mitigar o impacto destes despedimentos, a Verizon anunciou a criação de um fundo de transição de carreira e requalificação no valor de 20 milhões de dólares (cerca de 19 milhões de euros). Segundo Schulman, este fundo focará no desenvolvimento de competências e formação digital para ajudar os trabalhadores afetados a darem os próximos passos profissionais, com especial atenção às aptidões necessárias para a era da IA.