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A Microsoft decidiu interromper a publicação do seu relatório anual de diversidade e inclusão para 2025, quebrando uma tradição que a empresa mantinha desde 2019. A confirmação surge após a gigante tecnológica ter falhado a janela habitual de lançamento destes dados, que ocorria tipicamente entre outubro e o início de novembro, conforme reportado por Stephen Totilo no Game File.

Esta mudança de estratégia marca um afastamento dos relatórios detalhados e baseados em dados que a empresa utilizava para comunicar publicamente os seus progressos e estatísticas sobre a força de trabalho.

Uma mudança para formatos "dinâmicos"

Em resposta à ausência do relatório, Frank Shaw, diretor de comunicações da Microsoft, explicou que a empresa não irá produzir o documento no formato tradicional este ano. Segundo o responsável, a tecnológica evoluiu para formatos considerados "mais dinâmicos e acessíveis", optando por partilhar histórias, vídeos e "insights" que demonstrem a inclusão em ação, em vez de um relatório estático.

Apesar da alteração na forma como comunica estes dados, Shaw garantiu que a missão e o compromisso da empresa para com a sua cultura e valores permanecem inalterados, mantendo o foco em capacitar pessoas e organizações. No entanto, a ausência de um documento centralizado levanta questões sobre a facilidade de monitorizar o progresso da empresa em áreas críticas como a igualdade salarial e a representatividade na força de trabalho.

O contexto político e o recuo das Big Tech

Esta decisão da Microsoft não acontece num vácuo. O relatório aponta que a administração Trump manifestou uma oposição clara a programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) tanto no governo como no setor empresarial. Foram assinadas ordens executivas para reverter iniciativas de DEI em agências governamentais, encorajando o setor privado a seguir o mesmo caminho.

A tendência parece estar a alastrar-se a outras grandes tecnológicas. A Meta terá encerrado os seus programas de DEI no início deste ano, enquanto a Google terá anunciado que deixará de definir metas de contratação para melhorar a representatividade na sua força de trabalho.

Adicionalmente, foi notado que a Microsoft já não tinha mencionado qualquer informação sobre os seus programas de diversidade em dois relatórios para acionistas referentes a 2025, um sinal prévio de que a empresa estava a deixar de destacar estas iniciativas da mesma forma que fazia nos anos anteriores. Embora a empresa afirme não estar a abandonar completamente os seus esforços de DEI, a falta de um relatório oficial dificulta a verificação externa dos seus compromissos.