
Nos últimos tempos, a Microsoft tem concentrado esforços para recuperar o terreno perdido para o Steam Deck, otimizando o seu sistema operativo para dispositivos portáteis focados em videojogos. No entanto, quando a conversa se desloca para o hardware de secretária mais robusto, o cenário muda de figura. Segundo novos dados divulgados pela TechSpot, o sistema operativo da gigante de Redmond continua a levar a melhor sobre o sistema da Valve em condições específicas, nomeadamente quando estão envolvidas placas gráficas dedicadas.
Uma análise recente, conduzida originalmente pela Ars Technica, procurou simular o hardware que se espera encontrar nos futuros mini-PCs da Valve (as chamadas Steam Machines). Os testes colocaram frente a frente o Windows 11 e o SteamOS, utilizando uma máquina equipada com um processador AMD Ryzen 7 7700X e 32 GB de RAM DDR5, alternando entre várias GPUs da linha Radeon.
Empate técnico nas gráficas integradas, vitória do Windows nas dedicadas
Os resultados dos benchmarks revelam um panorama interessante de equilíbrio quando se utilizam processadores com gráficos integrados (iGPU). Neste cenário, que é o mais comum nas consolas portáteis atuais, o Linux (base do SteamOS) consegue manter-se par a par com o Windows, apresentando por vezes até ligeiros ganhos de desempenho. Este dado valida a eficácia do SteamOS no Steam Deck atual.
Contudo, a balança desequilibra-se ao migrar para configurações com placas gráficas dedicadas mais potentes. Em títulos como Assassin’s Creed Valhalla e Returnal, existe um empate técnico em configurações médias, o que é um sinal positivo para a camada de tradução de APIs do Linux. No entanto, em jogos como Forza Horizon 5, o Windows dispara na frente assim que uma GPU dedicada entra na equação, mostrando que a otimização nativa do DirectX ainda pesa na performance final.
Ray Tracing e gestão de VRAM são os desafios da Valve
Onde o SteamOS encontra maiores dificuldades é na gestão de recursos mais exigentes, especificamente o Ray Tracing e a utilização de memória de vídeo (VRAM). Nos testes realizados com Cyberpunk 2077 no modo "RT Ultra", o Windows abriu uma vantagem clara sobre a alternativa da Valve.
Além disso, foram detetados problemas de consistência quando a GPU utilizada possui apenas 8 GB de VRAM, como é o caso da Radeon RX 7600. Nestas situações, o SteamOS sofreu quedas bruscas de desempenho ao atingir o limite da memória gráfica, algo que o Windows geriu de forma mais eficiente. Este ponto é crucial, visto que se especula que as futuras Steam Machines possam utilizar chips gráficos com especificações semelhantes. A Valve, no entanto, já admitiu que o suporte para hardware fora do ecossistema do Steam Deck ainda está em evolução, com novos controladores previstos para serem lançados antes da chegada oficial do novo hardware.