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Se utiliza o Discord no seu computador, é provável que já tenha notado que a plataforma de comunicação pode, por vezes, tornar-se bastante pesada para o sistema. A empresa reconheceu oficialmente que a sua aplicação para Windows 11 consome muito mais memória RAM do que o pretendido, ultrapassando frequentemente a barreira esperada de menos de 1 GB.

Devido a fugas de memória (memory leaks), bloqueios e outros problemas técnicos ligados à sua estrutura baseada em Electron, algumas sessões do Discord chegam a atingir uns impressionantes 4 GB de consumo de memória. Para combater esta situação enquanto desenvolve correções definitivas, a empresa está a testar uma medida de mitigação curiosa: a aplicação vai reiniciar-se sozinha.

Uma solução temporária para fugas de memória

A experiência atual introduz um reinício automático da aplicação quando o uso de RAM ultrapassa os 4 GB. A Discord sublinha que este comportamento é deliberado e não se trata de uma falha ou encerramento forçado (crash), mas sim de uma estratégia para "limpar" a memória acumulada indevidamente.

Conforme reportado pelo Windows Latest, esta funcionalidade visa reduzir o impacto no desempenho do sistema enquanto a equipa de engenharia trabalha em soluções a longo prazo para a arquitetura da aplicação. O objetivo é evitar que o utilizador tenha de fechar manualmente o programa quando este começa a ficar lento ou a prejudicar outras tarefas no PC.

Condições estritas para o reinício

Para evitar interromper conversas importantes ou momentos de jogo cruciais, o Discord definiu regras muito específicas para que este reinício automático aconteça. O "reset" da memória só será ativado se todas as seguintes condições forem cumpridas:

• A aplicação tem de estar em execução há mais de uma hora;

• O utilizador deve estar inativo há pelo menos 30 minutos;

• Não podem existir chamadas de voz ou vídeo ativas no momento.

Além disso, este processo ocorrerá, no máximo, uma vez por dia. A empresa garante que os rascunhos de mensagens e os canais abertos serão preservados, minimizando o inconveniente para o utilizador. Esta medida reflete as limitações de escalabilidade que aplicações baseadas em Electron enfrentam à medida que carregam mais servidores e funcionalidades complexas.