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Plataformas de streaming como o Netflix tiveram um grande impacto na forma como os utilizadores possuem acesso a novos conteúdos digitais, e certamente ajudaram a reduzir um pouco o consumo de material pirateado.

No entanto, a tendência parece estar a voltar a valores anteriores, com a pirataria a voltar a ter um valor relevante em todo o tráfego da Internet mundial. De acordo com os últimos dados do Relatório Global de Fenómenos da Internet da Sandvine (empresa americana de equipamentos de rede), o Netflix perdeu o seu lugar no topo das plataformas que mais tráfego gera pela Internet.

Segundo os dados relativos ao primeiro semestre de 2019, o streaming de conteúdos pela Internet tem vindo a representar 12.8% de todo o tráfego mundial de dados, enquanto o streaming de conteúdos do Netflix representa 12.6%. Dos dados destaca-se ainda o YouTube (8,7%), operadoras IPTV (7,2%), download via HTTP (4,5%), TLS HTTP (4,4%), HTTP (3,0%), Facebook (3,0%), download do PlayStation (2,8%) e BitTorrent (2,4%).

Ou seja, a transmissão de conteúdos pode indicar que plataformas como o Netflix estão cada vez mais a ser substituídas pelas suas variantes em mercados piratas e ilegais, voltando ao que estava o plano da Internet antes do serviço de streaming surgir no mercado.

Em parte, uma explicação para o aumento de tráfego em conteúdos de streaming sobre sites ilegais pode ser derivada da maior fragmentação que se encontra atualmente no mercado dos serviços de streaming.

Numa altura em que o Netflix era o rei destas plataformas, atualmente surgem no plano nomes como a Apple e Disney, cada uma com as suas próprias plataformas para emissão de conteúdos. Isto leva a que muitos consumidores não pretendam ter uma conta em cada uma destas plataformas para aceder aos conteúdos, optando invés disso pela sua transmissão por outros meios.

Isto não abona a favor das futuras plataformas de streaming também. Cada vez mais os consumidores irão voltar a sentir-se atraídos novamente para conteúdos distribuídos gratuitamente e de forma ilegal pela Internet, uma vez que a distribuição dos conteúdos pelas diferentes plataformas e serviços de streaming vai obrigar a maiores investimentos e uma maior fragmentação, que muitos não estão a pensar seguir.