
Num desenvolvimento surpreendente, a placa gráfica mais potente da NVIDIA para o segmento profissional, a RTX PRO 6000 Blackwell, parece ter conquistado o título de "rainha dos jogos" num teste comparativo com a GeForce RTX 5090. Mesmo sem controladores otimizados para videojogos, a solução profissional demonstrou vantagens que podem chegar aos 15%, surpreendendo também pela sua eficiência energética em determinados cenários.
O conhecido YouTuber e overclocker Der8auer conseguiu acesso a uma unidade da RTX PRO 6000 Blackwell, na sua variante para estações de trabalho, equipada com um dissipador convencional de duas grandes ventoinhas e um consumo anunciado de 600 W. Decidiu, então, testar o comportamento desta GPU vocacionada para profissionais contra a poderosa RTX 5090.
As combatentes: especificações em destaque
Ambas as placas utilizam o mesmo chip GB202, mas a RTX PRO adota a versão totalmente desbloqueada com 24.064 núcleos CUDA, enquanto a RTX 5090 se fica pelos 21.760 núcleos. Além disso, a placa profissional combina módulos de memória de 3 GB, instalados em ambos os lados do PCB, para alcançar uns impressionantes 96 GB de VRAM, face aos 32 GB do modelo para jogos. Outra diferença crucial reside no facto de a 6000 Blackwell não possuir controladores específicos para jogos, contando apenas com os otimizados para tarefas profissionais.
Desempenho nos benchmarks e jogos: a Blackwell na frente
Apesar da potencial ausência de otimizações para jogos, a placa profissional da NVIDIA exibiu uma vantagem consistente sobre a sua congénere focada no gaming. Em testes sintéticos, a RTX PRO 6000 Blackwell foi 13% superior à RTX 5090 no 3DMark Time Spy Extreme GT1, atingindo uma média de 176,5 FPS contra os 156,1 FPS da RTX 5090.
No 3DMark Speedway, que testa tecnologias modernas como upscaling e Ray Tracing, os ganhos foram de 8%. O cenário replicou-se nos jogos: em Cyberpunk 2077, a solução profissional entregou mais 14% de desempenho. Registaram-se ainda ganhos de 11% em Star Wars Outlaws e Remnant 2. Apenas em Assassin's Creed Mirage a diferença foi menor, de 3%, onde a falta de controladores otimizados poderá ter tido um papel.
Eficiência energética: uma surpresa adicional
O que verdadeiramente impressiona é a eficiência energética demonstrada pela RTX PRO 6000 Blackwell. No primeiro teste de benchmark (Time Spy Extreme GT1), a placa profissional consumiu apenas mais 11% de energia, e no segundo (Speedway), o aumento foi de somente 1%. Nos jogos, o consumo foi, em geral, apenas 5% a 15% superior, apesar do desempenho extra.
Nem tudo são rosas: ruído, "coil whine" e o preço proibitivo
Contudo, os resultados notáveis da RTX PRO 6000 Blackwell vêm com algumas contrapartidas. As ventoinhas mostraram-se ruidosas devido ao elevado limite de consumo energético. Além disso, o "coil whine" – aquele silvo elétrico por vezes audível em componentes eletrónicos – foi descrito por Der8auer como um dos piores que já testemunhou.
Para finalizar, a diferença de preço é astronómica. A RTX PRO 6000 Blackwell tem um custo de 10.000 dólares (cerca de 9.200 euros, à taxa de câmbio atual), enquanto a RTX 5090 se situa nos "meros" 2.000 dólares (aproximadamente 1.840 euros).
Uma curiosidade reveladora do potencial futuro?
Em suma, este teste configura-se mais como uma curiosidade técnica do que uma análise de produto convencional. Demonstra, no entanto, o potencial que futuras placas como uma hipotética RTX 5090 Ti ou RTX 5090 SUPER poderiam oferecer. Contudo, a probabilidade de lançamento destas variantes parece baixa, considerando o foco crescente da NVIDIA em produtos para servidores e aceleradores de Inteligência Artificial.