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Numa altura de crescente pressão sobre os resultados da Tesla, Elon Musk está a intervir pessoalmente para assumir a responsabilidade pelas vendas da empresa na América do Norte e na Europa. Esta medida surge no seguimento da saída de um executivo de topo e de uma notória quebra na procura pelos veículos da marca.

Da fábrica para o escritório de vendas

Há alguns anos, a Tesla enfrentava um desafio de produção. A dificuldade em fabricar carros em número suficiente para satisfazer a procura levou a que Elon Musk afirmasse, na altura, que estava a "dormir no chão da fábrica" para ajudar a resolver os estrangulamentos. Hoje, o cenário inverteu-se. As fábricas da Tesla operam a cerca de 50% da sua capacidade, não por falta de meios de produção, mas por uma visível quebra na procura.

A empresa tem registado uma diminuição nas vendas, uma situação que alguns analistas atribuem ao envolvimento de Musk em polémicas políticas e a declarações controversas nas redes sociais, que terão alienado parte da base de clientes da marca. Após um primeiro trimestre fraco, que a Tesla justificou com a transição de produção do Model Y, espera-se que os resultados do segundo trimestre, prestes a serem divulgados, sejam igualmente negativos, desta vez sem a mesma justificação.

Aparentemente, a responsabilidade pela performance de vendas está a ser reavaliada internamente. Recentemente, foi noticiada a saída de Omead Afshar, antigo chefe de gabinete de Musk, que supervisionava as operações na América do Norte e Europa. De acordo com uma nova reportagem da Bloomberg, será o próprio CEO a assumir estas responsabilidades.

Tom Zhu focado na produção global

Apesar de assumir a supervisão das vendas, Musk não acumulará todas as funções de Afshar. A responsabilidade pela produção nestas regiões recairá novamente sobre Tom Zhu, um nome de peso na estrutura da Tesla.

Zhu foi o grande responsável pelo sucesso da Gigafactory de Xangai, que rapidamente se tornou na fábrica mais eficiente da empresa. O seu sucesso levou a que, no final de 2022, Musk o colocasse no comando de todas as Gigafactories para replicar o modelo. Durante um período, Zhu chegou mesmo a assumir um papel ainda mais preponderante, supervisionando as vendas na América do Norte e tornando-se no segundo em comando na divisão automóvel, enquanto Musk se dedicava a outras empresas como o X (anteriormente Twitter).

Contudo, em 2024, Zhu recuou das suas responsabilidades globais para se focar novamente na China. Agora, parece que Musk volta a confiar-lhe a produção a nível mundial. Ainda assim, o mercado chinês também apresenta desafios. Apesar do novo Model Y e de descontos recorde, as vendas da Tesla na China registaram uma quebra de 22.000 unidades este ano em comparação com o ano anterior.

Esta reorganização de liderança coloca Elon Musk, que já divide o seu tempo entre a SpaceX, X, xAI, The Boring Company e a Neuralink, novamente na linha da frente para resolver o que é, atualmente, o maior desafio da Tesla: convencer os clientes a comprar os seus carros