
Numa era dominada pelo metaverso e pela inteligência artificial, a Meta decidiu mergulhar no baú de memórias do Facebook para resgatar uma das suas funcionalidades mais antigas e, para muitos, mais inúteis: o "poke". A empresa de Mark Zuckerberg está a dar um novo destaque a esta relíquia digital, numa tentativa de a tornar relevante outra vez.
A funcionalidade, que marcou os primórdios da rede social, está agora muito mais visível. A Meta tornou o "poke" mais fácil de encontrar, adicionando-o novamente aos perfis dos utilizadores na aplicação do Facebook. Além disso, foi criada uma página dedicada, facebook.com/pokes, onde é possível acompanhar toda a atividade de "toques" trocados com os amigos.
Uma relíquia do passado com uma nova cara
Para quem não esteve no Facebook há duas décadas, o "poke" ou "toque" era uma das poucas formas de interagir com amigos, para lá dos comentários no perfil. Nunca teve uma utilidade concreta, sendo interpretado como um gesto tanto amigável como paquerador, dependendo do contexto.
Com o passar dos anos, a funcionalidade foi perdendo destaque, mas nunca desapareceu por completo. Agora, o seu regresso é feito com novidades. A empresa deu a entender que poderá existir um sistema semelhante às "streaks" do Snapchat, onde diferentes emojis surgem com base na frequência com que dois amigos trocam "toques" entre si.
Estratégia de nostalgia para cativar os mais novos
A decisão de revitalizar o "poke" não parece ser aleatória. A Meta já tinha notado um pico de 13 vezes na sua utilização após ter começado a sugerir a funcionalidade na barra de pesquisa. Conforme partilhado pela empresa numa publicação do Instagram, o objetivo é claro: reconquistar os utilizadores mais jovens.
Este esforço faz parte de uma estratégia mais ampla de Mark Zuckerberg, que no início do ano expressou o desejo de trazer de volta funcionalidades "OG" (originais) do Facebook e dar mais visibilidade a conteúdos de amigos. Ao ressuscitar o "poke", a Meta talvez espere apelar a uma geração habituada a levar as "streaks" do Snapchat muito a sério, transformando uma piada nostálgica numa nova forma de interação viciante.