
A batalha entre os gigantes de Hollywood e as ferramentas de inteligência artificial generativa acaba de ganhar um novo e explosivo capítulo. A Warner Bros. Discovery avançou com um processo judicial contra o popular gerador de imagens Midjourney, acusando a plataforma de uso indevido e exploração das suas propriedades intelectuais mais icónicas.
Segundo a queixa, o Midjourney terá treinado os seus modelos de IA utilizando ilegalmente um vasto acervo de obras protegidas por direitos de autor, incluindo personagens como Superman, Batman, Wonder Woman, Scooby-Doo e todo o elenco dos Looney Tunes.
O "roubo" de propriedade intelectual para treinar a IA
A Warner Bros. argumenta que o Midjourney construiu o seu negócio, que oferece subscrições entre os 10 e os 120 dólares mensais (aproximadamente 9 a 110 euros), à custa da sua propriedade intelectual, sem pedir licença nem pagar pela sua utilização. "É difícil imaginar uma infração de direitos de autor mais deliberada do que a que o Midjourney está a fazer aqui", pode ler-se no processo.
A acusação torna-se ainda mais grave com a alegação de que a plataforma teria tecnologia para impedir a geração de imagens destas personagens, mas que, nas últimas semanas, removeu essas proteções, informando os utilizadores de que iriam encontrar "menos trabalhos bloqueados".

A prova do crime? Batman recriado à imagem do cinema
Para fundamentar a sua queixa, a Warner Bros. Discovery apresentou vários exemplos concretos. Num deles, o pedido "Batman, captura de ecrã de O Cavaleiro das Trevas" gera uma imagem extraordinariamente semelhante ao material promocional do filme protagonizado por Christian Bale. A empresa sublinha que até pedidos genéricos, como "batalha de super-heróis de banda desenhada clássica", podem resultar em imagens com as suas personagens, mesmo sem serem mencionadas diretamente.
Midjourney não é novato nestas andanças
Esta não é a primeira vez que a Midjourney se senta no banco dos réus por motivos semelhantes. Em junho, a Disney e a Universal Studios também processaram a empresa de IA, acusando-a de se apropriar de inúmeras obras protegidas para treinar os seus modelos. Nesse caso, a queixa focava-se na capacidade de gerar imagens de personagens de sagas como Star Wars, Shrek, Os Simpsons e Gru - O Maldisposto.
Conforme avança o Deadline, a Warner Bros. Discovery pede agora ao tribunal uma indemnização que pode chegar aos 150.000 dólares (cerca de 138 mil euros) por cada obra infringida. A Midjourney ainda não comentou publicamente o processo.