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A Terra girou mais depressa a 5 de agosto e o seu GPS pode ter notado em Sex 19 Set 2025 - 6:55

DJPRMF

tempo a desaparecer

 

No passado dia 5 de agosto de 2025, o nosso planeta decidiu acelerar o passo. A Terra completou a sua rotação 1,33 milissegundos mais cedo do que o normal, tornando-o um dos dias mais curtos do ano. Pode parecer uma ninharia, mas no mundo da tecnologia de precisão, esta pequena pressa tem consequências bem reais, especialmente para sistemas como o GPS.

 

É importante distinguir o dia sideral, que é o tempo que a Terra leva para girar 360 graus sobre o seu eixo (23 horas, 56 minutos e 4 segundos), do dia solar, que usamos para acertar os nossos relógios e dura cerca de 24 horas. Este último é quatro minutos mais longo porque o planeta precisa de girar um pouco mais para que o Sol apareça na mesma posição no céu. A 5 de agosto, ambos foram ligeiramente mais curtos que a média.

 

Porque é que um milissegundo interessa?

 

Pode não parecer muito, mas para a tecnologia de que dependemos, como o GPS, esta diferença é gigante. Um desvio de 1,33 milissegundos pode traduzir-se num erro de localização de aproximadamente 62 centímetros no equador. Sem as devidas correções, os desvios acumulados ao longo do tempo poderiam tornar os sistemas de navegação completamente inúteis, com erros de centenas de metros.

 

Desde a década de 1970 que estas variações são acompanhadas com o auxílio de relógios atómicos, levando à introdução ocasional de "segundos bissextos" para manter o tempo atómico alinhado com a rotação terrestre.

 

A dança cósmica que nos acelera e abranda

 

Mas o que leva a Terra a mudar de ritmo? A resposta está numa combinação complexa de fatores. As maiores influências a curto prazo são os ventos atmosféricos e as correntes oceânicas, que, ao interagirem com a superfície, podem literalmente travar ou acelerar a rotação do planeta. Durante o verão no hemisfério norte, os ventos são mais lentos, contribuindo para dias mais curtos entre junho e agosto.

 

A longo prazo, outros fatores entram em jogo. O derretimento das calotes polares redistribui a massa do planeta em direção ao equador, o que tende a abrandar a rotação — um efeito semelhante ao de um patinador que abre os braços para girar mais devagar. O principal "travão" do planeta, no entanto, é a Lua, cuja atração gravitacional tem vindo a abrandar a Terra há milhares de milhões de anos, fazendo com que a Lua se afaste de nós a um ritmo de 3,8 centímetros por ano.

 

Como os cientistas medem o tempo com estrelas distantes

 

Para detetar estas variações minúsculas, os cientistas recorrem a uma precisão impressionante. Usam quasares — objetos cósmicos extremamente brilhantes e distantes, alimentados por buracos negros supermassivos. Como estão a milhares de milhões de anos-luz de distância, os quasares servem como pontos de referência praticamente imóveis no céu.

 

Radiotelescópios em todo o mundo medem a posição da Terra em relação a estes faróis cósmicos, alcançando uma precisão inferior a um milissegundo. Estes dados, combinados com modelos computacionais complexos, permitem prever a duração de cada dia com uma exatidão notável.

 

Uma tendência com uma reviravolta recente

 

Entre 1973 e 2020, a rotação da Terra abrandou consistentemente, exigindo a adição de 27 segundos bissextos. Contudo, desde 2020, o planeta tem vindo a girar ligeiramente mais depressa, um fenómeno que os cientistas acreditam estar ligado a interações entre o núcleo e o manto da Terra.

 

O dia 5 de agosto, tal como outros dias em julho, foi identificado antecipadamente como um dos mais rápidos do ano, fruto da combinação de dinâmicas internas, padrões de vento sazonais e uma posição favorável da Lua que reduziu o seu efeito de travagem. Segundo uma análise do The Conversation, embora esta mudança seja impercetível para nós, "para os relógios atómicos de precisão e para as medições astronómicas com referência a quasares, será óbvia".



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