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A Google tem um novo culpado na sua mira para justificar as flutuações no número de visualizações no YouTube: os bloqueadores de conteúdo, como os populares ad blockers. Numa nova comunicação, a empresa afirma que estas ferramentas estão a tornar as métricas da plataforma imprecisas.

Esta é a mais recente cartada da gigante tecnológica na sua longa e persistente batalha contra os serviços que bloqueiam anúncios, uma fonte de receita vital para a plataforma e para os seus criadores de conteúdo.

A justificação oficial da Google

A explicação foi detalhada numa nova página de suporte publicada esta semana. Segundo a empresa, os bloqueadores de anúncios e outras extensões semelhantes podem interferir diretamente na forma como as visualizações são contabilizadas, o que leva a uma imprecisão nos dados apresentados.

A Google escreve que "os canais cujas audiências incluem uma proporção mais elevada de utilizadores que utilizam tais ferramentas podem ver mais flutuações no tráfego relacionadas com as atualizações dessas mesmas ferramentas". Com esta mensagem, a empresa parece querer incentivar os próprios criadores de conteúdo a pedirem aos seus seguidores que desativem os ad blockers para garantir que as suas visualizações são corretamente registadas.

Uma guerra que não é de agora

Este não é, de todo, o primeiro confronto entre o YouTube e os bloqueadores de anúncios. No ano passado, a plataforma testou a integração de anúncios diretamente no servidor, tornando-os praticamente impossíveis de bloquear. Além disso, muitos utilizadores com ad blockers ativos foram impedidos de reproduzir vídeos.

Houve ainda polémicas relacionadas com o botão "Ignorar Anúncio", que, segundo acusações, era deliberadamente tornado menos eficaz para quem usava estas ferramentas. Embora a Google tenha, em algumas ocasiões, admitido que bugs nos scripts dos ad blockers causaram problemas no YouTube, a sua posição tem sido consistentemente de combate a estas tecnologias.

Haverá outro culpado na sombra?

Embora a justificação da Google seja tecnicamente plausível, surge num momento em que outro fenómeno ganha tração: os resumos gerados por inteligência artificial. Com a popularidade crescente de chatbots como o ChatGPT e o Gemini, muitos utilizadores podem estar a optar por pedir um resumo do conteúdo de um vídeo em vez de o assistirem na totalidade.

Esta tendência poderia, naturalmente, levar a uma diminuição do número de visualizações reais, independentemente do uso de ad blockers. No entanto, a Google tem vindo a público afirmar que, no seu motor de busca, a introdução de resumos com IA não resultou numa quebra de tráfego para os sites, uma afirmação que muitos proprietários de sites contestam. A batalha pelas visualizações e pela atenção do utilizador parece estar a aquecer em várias frentes.