
Parece estar cada vez mais perto de um desfecho o longo braço de ferro entre os Estados Unidos e a China sobre o futuro do TikTok. A mais recente novidade aponta para que a Oracle fique responsável por construir e proteger uma nova versão norte-americana do aclamado algoritmo de recomendação do TikTok, o verdadeiro segredo do seu sucesso.
Esta medida representa um passo significativo para resolver as preocupações de segurança nacional levantadas pelos EUA, que temiam que a empresa-mãe, a chinesa ByteDance, pudesse ter acesso aos dados dos utilizadores americanos.
Um consórcio de peso para garantir a segurança
Segundo avança a Bloomberg, este novo acordo vai mais longe do que as soluções anteriores. A Oracle já alojava os dados de utilizadores dos EUA no âmbito do "Projeto Texas", mas persistiam dúvidas sobre quem realmente controlava o algoritmo e se a ByteDance manteria um acesso "secreto" à informação.
Com a reconstrução e treino do algoritmo em solo americano, a Oracle assume um papel central na proteção da privacidade dos dados, que serão geridos de acordo com as leis dos EUA.
Para solidificar a operação, a maioria das operações do TikTok nos EUA ficaria sob o controlo de investidores americanos. Os relatos indicam que a lista de interessados inclui nomes de peso do mundo da tecnologia e dos media, como Larry Ellison, o fundador da Oracle, Michael Dell da Dell Technologies, e a família Murdoch da Fox Corp.
China dá luz verde com condições
Do outro lado do Pacífico, a reação parece ser cautelosamente positiva. O Ministério do Comércio da China, citado pela agência Xinhua, afirmou no sábado que o país acolhe negociações comerciais que respeitem as regras de mercado e as leis chinesas.
O governo chinês espera que os Estados Unidos cumpram os seus compromissos, garantindo um ambiente de negócios "aberto, justo e não discriminatório" para as empresas chinesas, incluindo o TikTok.
Apesar de ainda não haver comentários oficiais por parte da ByteDance, e de não ser claro qual o nível de controlo que a empresa manterá (deverá ter uma participação inferior a 20%), fontes oficiais norte-americanas mostram-se confiantes de que os detalhes finais do acordo serão acertados "nos próximos dias".