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Uma vasta operação policial a nível europeu, que contou com a participação de equipas de investigação portuguesas, desmantelou uma rede de fraude com criptomoedas que lesou mais de 100 vítimas em, pelo menos, 100 milhões de euros. A ação conjunta resultou na detenção de cinco suspeitos e na realização de buscas em Portugal, Espanha, Itália, Roménia e Bulgária.

A investigação, coordenada pela Eurojust e com o apoio da Europol, teve início em setembro de 2020 e visava uma complexa burla que operava há vários anos.

O esquema: promessas de lucro fácil e um desaparecimento súbito

Os suspeitos utilizavam plataformas online com um aspeto profissional para atrair investidores, prometendo-lhes elevados retornos em investimentos em várias criptomoedas. No entanto, a realidade era bem diferente: uma grande parte dos fundos investidos era desviada para contas bancárias na Lituânia, controladas pelos burlões.

O golpe final acontecia quando as vítimas tentavam reaver o seu dinheiro. Nesse momento, era-lhes exigido o pagamento de taxas adicionais para libertar os ativos. Após o pagamento, o site fraudulento ficava offline, deixando os investidores com perdas substanciais, que em alguns casos representavam a totalidade das suas poupanças.

Uma operação internacional com um rasto de milhões

Segundo a Eurojust, a agência que coordenou a investigação, a rede de fraude operava desde, pelo menos, 2018, tendo como alvo investidores em 23 países diferentes. Durante a operação, foram congeladas contas bancárias e outros ativos financeiros dos suspeitos.

Este caso reflete um problema crescente no cibercrime. Em junho, a polícia espanhola deteve outros cinco suspeitos ligados à lavagem de 460 milhões de euros provenientes de esquemas semelhantes. Um mês depois, desmantelou outra operação que causou prejuízos superiores a 10 milhões de euros.

Nos Estados Unidos, a Federal Trade Commission revelou que os americanos perderam um valor recorde de 12,5 mil milhões de dólares em fraudes em 2024, sendo os esquemas de investimento os mais dispendiosos, totalizando perdas de cerca de 5,7 mil milhões de dólares.