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A fatura do cibercrime pode ser devastadora, e o The Co-operative Group, um dos maiores grupos cooperativos do Reino Unido, acaba de o sentir na pele. A empresa revelou no seu mais recente relatório financeiro um prejuízo operacional de 80 milhões de libras (cerca de 94 milhões de euros) na primeira metade de 2025, consequência direta do ciberataque que sofreu em abril.

O ataque não só abalou as finanças como também comprometeu a informação pessoal de 6,5 milhões de membros e ex-membros da cooperativa.

Uma fatura de milhões em perdas

O impacto financeiro detalhado no relatório intercalar de 2025 é avassalador. O prejuízo de 94 milhões de euros divide-se em 20 milhões de libras (23,5 milhões de euros) de custos incrementais diretos e 60 milhões de libras (70,5 milhões de euros) em vendas perdidas enquanto os sistemas estiveram offline.

Além disso, a receita total sofreu uma redução de 206 milhões de libras (aproximadamente 242 milhões de euros). E as más notícias não ficam por aqui: a Co-op prevê perdas adicionais de 20 milhões de libras na segunda metade do ano, à medida que o processo de recuperação continua.

O ataque que paralisou a empresa

No final de abril de 2025, o grupo foi forçado a desligar grande parte da sua infraestrutura de TI após detetar uma intrusão. O ataque foi atribuído a afiliados do grupo Scattered Spider, que utilizaram o ransomware DragonForce. Embora a resposta rápida da empresa tenha impedido a encriptação dos sistemas, os atacantes conseguiram exfiltrar dados sensíveis, incluindo nomes e detalhes de contacto, de milhões de pessoas.

A Co-op viu-se obrigada a reconstruir os seus controladores de domínio do Windows, uma tarefa complexa que prolongou a indisponibilidade dos serviços e agravou o impacto nas operações comerciais.

De prateleiras vazias à detenção dos suspeitos

As consequências do ataque foram sentidas diretamente nas 2.300 lojas do grupo. A interrupção dos sistemas informáticos causou graves problemas na disponibilidade de stocks e na negociação, forçando a implementação temporária de processos manuais. Categorias de produtos, como o tabaco, sofreram uma quebra acentuada nas vendas.

Apesar do caos, a investigação das autoridades resultou na detenção de quatro jovens suspeitos, com idades entre os 17 e os 20 anos, em julho. Este grupo de

hackers está também ligado a ataques semelhantes a outras grandes empresas britânicas, como a Marks & Spencer e a Harrods.

Apesar do forte abalo financeiro, a Co-op assegura que a sua liquidez permanece robusta, com 800 milhões de libras (cerca de 940 milhões de euros) disponíveis, garantindo que não surgiram preocupações de financiamento decorrentes do incidente.