
Boas notícias para quem utiliza sistemas de condução assistida na Europa. As regras que, até agora, limitavam bastante a experiência de utilização de tecnologias como o Autopilot da Tesla foram finalmente atualizadas, prometendo tornar as viagens mais fluidas e menos intrusivas.
Até agora, a regulamentação europeia para os sistemas de assistência à condução (DCAS) era vista como uma das mais restritivas, impedindo que os condutores no velho continente tivessem acesso às mesmas funcionalidades disponíveis noutras partes do mundo. Com estes ajustes, a Europa dá um passo em frente, aproximando-se de uma experiência de condução semiautónoma mais avançada.
O que muda na prática para os condutores?
As alterações, partilhadas na rede social X, focam-se em três áreas principais que vão ter um impacto direto na forma como interagimos com o carro. A primeira grande novidade é a permissão para mudanças de via automáticas em autoestradas, como em ultrapassagens, sem que o condutor precise de iniciar a manobra manualmente.
Além disso, acabaram-se os lembretes constantes para colocar as mãos no volante quando o veículo segue na mesma via, uma das queixas mais comuns dos utilizadores. Por fim, os sistemas ganham mais margem de manobra em curvas. O limite de força lateral foi flexibilizado, permitindo que o sistema o ultrapasse temporariamente para manter o controlo em curvas mais apertadas, evitando que se desative abruptamente.
Europa ainda com o pé no travão
Apesar deste avanço significativo, é importante notar que a Europa continua a adotar uma postura cautelosa. Estas novas regras não representam uma luz verde para a implementação total de sistemas de condução autónoma, como o FSD (Full Self-Driving) da Tesla.
Funcionalidades mais ambiciosas, como chamar o carro de forma autónoma a partir de um lugar de estacionamento, continuam bastante limitadas, funcionando apenas a uma distância de poucos metros. A autonomia total ainda é um horizonte distante nas estradas europeias.
Proteção dos consumidores ou protecionismo da indústria?
A abordagem lenta e gradual da Europa tem gerado debate. Por um lado, é vista como uma medida prudente para proteger os consumidores de tecnologias que ainda estão em evolução e podem apresentar riscos. A segurança é, sem dúvida, a principal prioridade.
Por outro lado, há quem veja nesta cautela uma forma de protecionismo. Ao abrandar a implementação de tecnologias onde empresas estrangeiras, como a Tesla, estão mais avançadas, a Europa pode estar a dar tempo aos seus próprios fabricantes para desenvolverem sistemas concorrentes e não ficarem para trás nesta corrida tecnológica.