
A Asahi Group Holdings, a empresa por trás da cerveja mais vendida do Japão, revelou ter sido alvo de um ciberataque que está a perturbar significativamente as suas operações. A gigante de bebidas viu-se forçada a suspender por completo as atividades de encomenda e expedição no país.
Numa altura em que a cibersegurança é uma preocupação crescente para empresas de todas as dimensões, este incidente mostra que nem os maiores nomes do mercado estão imunes a este tipo de ameaças.
Operações suspensas e apoio ao cliente em baixo
O ataque informático, que terá começado por volta das 7 da manhã no Japão (23h da noite anterior em Portugal), teve um impacto imediato e severo. Segundo a empresa, tanto os sistemas de encomendas como os de expedição foram totalmente interrompidos.
Para agravar a situação, o centro de atendimento e o balcão de apoio ao cliente da Asahi encontram-se atualmente indisponíveis para o público, deixando clientes e parceiros comerciais sem um canal de comunicação direto para esclarecer dúvidas ou obter informações.
Quem é a Asahi? Um gigante global em apuros
Para se ter uma noção da escala do problema, a Asahi é uma das maiores cervejeiras do Japão, detendo aproximadamente um terço da quota do mercado doméstico. A empresa emprega cerca de 30.000 pessoas em todo o mundo e reportou receitas anuais de quase 20 mil milhões de dólares em 2024, o equivalente a cerca de 19 mil milhões de euros.
A sua presença internacional é igualmente forte, com um portfólio que inclui marcas de renome como a Peroni, Pilsner Urquell, Grolsch e Fullers, adquiridas ao longo dos anos através de uma estratégia de expansão global com divisões na Europa, Oceânia e Sudeste Asiático.
Empresa confirma ataque, mas nega fuga de dados (para já)
Num comunicado oficial, a sede japonesa da Asahi confirmou a origem do problema e esclareceu que, até ao momento, o ataque parece estar confinado às suas operações no Japão.
“A Asahi Group Holdings, Ltd. está atualmente a experienciar uma falha de sistema causada por um ciberataque, afetando as operações no Japão”, afirma a empresa num anúncio publicado no seu site. “Neste momento, não houve qualquer fuga confirmada de informações pessoais ou de dados de clientes para entidades externas.”
A empresa pediu desculpas aos seus clientes e parceiros comerciais pelo transtorno causado e garantiu estar a trabalhar para restaurar os serviços afetados, embora não tenha fornecido uma estimativa de quando as operações voltarão à normalidade.
Investigação em curso e o silêncio dos hackers
A investigação para apurar a origem do ataque e o vetor de entrada inicial já está em curso. No entanto, ainda não há detalhes sobre os responsáveis. Até ao momento, nenhum grupo de ransomware reivindicou publicamente a autoria do ataque, deixando no ar o mistério sobre as motivações e a identidade dos atacantes.