
O custo para atestar o depósito do seu carro arrisca-se a ficar significativamente mais caro. A fatura dos combustíveis poderá agravar-se em até 10% se o Governo decidir terminar com a redução fiscal no Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), uma medida que está em vigor desde 2022. A pressão vem de Bruxelas, que exige o fim deste "bónus" fiscal, e o impacto para os consumidores pode traduzir-se num aumento de oito euros por cada depósito.
O impacto real na sua carteira
A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) já fez as contas ao cenário. Atualmente, o desconto no ISP representa um alívio de 13,2 cêntimos por litro na gasolina e de 11,7 cêntimos no gasóleo. Se esta medida for revertida, estes valores serão novamente somados ao preço, acrescidos do respetivo IVA.
Em termos práticos, isto significa que o preço do litro de gasolina poderá subir para 1,880 euros, um aumento de 9,5%. Já o gasóleo passaria a custar 1,710 euros por litro, refletindo uma subida de 9,2%. Para a maioria dos condutores, o resultado é fácil de calcular: encher um depósito de 50 litros de gasolina ficaria quase 8 euros mais caro, elevando o custo total para perto de 94 euros. No caso do gasóleo, o mesmo depósito custaria cerca de 85 euros.
Bruxelas pressiona, Governo decide
A exigência para terminar com o desagravamento fiscal partiu de Bruxelas, que pretende ver a medida implementada em 2022 chegar ao fim. As sucessivas atualizações deste apoio têm mantido os preços mais controlados, mas o cenário pode mudar em breve.
A decisão final está agora nas mãos do Governo português, que terá de ponderar entre seguir a recomendação europeia ou encontrar uma alternativa para não sobrecarregar ainda mais o orçamento das famílias. Por enquanto, o alívio fiscal de 2022 mantém-se, mas a sua continuidade está por um fio.