
Na Meta, a utilização de ferramentas de inteligência artificial deixou de ser uma mera sugestão para se tornar uma prioridade atentamente monitorizada. A empresa-mãe do Facebook está a seguir de perto o nível de utilização de IA pelas suas equipas através de painéis de controlo e até criou um jogo para incentivar os funcionários a adotarem estas novas tecnologias no seu dia a dia.
Segundo informações avançadas pelo Business Insider, a gigante tecnológica está a implementar uma estratégia de incentivos e pressões para garantir que os seus colaboradores integram a inteligência artificial (IA) nos seus processos de trabalho. A mensagem da administração é clara: quem não acompanhar a mudança, arrisca-se a ficar para trás. Um porta-voz da Meta confirmou que "é sabido que esta é uma prioridade e estamos focados em usar a IA para ajudar os funcionários no seu trabalho diário".
Um jogo para subir de nível na IA
Para estimular a adoção de forma mais apelativa, a Meta lançou um programa voluntário chamado "Level Up". Este sistema transforma a aprendizagem e o uso de ferramentas de IA num jogo, acessível através do chatbot interno da empresa, conhecido como Metamate.
O objetivo é ajudar os funcionários a sentirem-se mais confortáveis a trabalhar com estas tecnologias. À medida que atingem diferentes marcos de utilização, os colaboradores são recompensados com emblemas, criando um incentivo lúdico para a exploração e integração da IA nas suas tarefas.
A visão de Zuckerberg e as metas ambiciosas
As expectativas variam entre os diferentes departamentos. Enquanto algumas equipas são apenas encorajadas a experimentar, outras têm metas específicas a cumprir. A divisão de hardware e realidade virtual, Reality Labs, por exemplo, tem como objetivo aumentar a utilização de ferramentas de IA para mais de 75% entre os seus funcionários. Atualmente, a taxa de utilização nesta divisão situa-se nos 70%, um aumento significativo face aos 30% registados em junho.
Esta pressão vem diretamente do topo. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, tem afirmado publicamente que a empresa está a esforçar-se para usar mais IA internamente. Numa conversa no podcast de Joe Rogan em janeiro, Zuckerberg previu que, até ao final de 2025, a Meta teria uma IA capaz de operar ao nível de um engenheiro de média senioridade. Em abril, reforçou esta visão, afirmando que "em meados ou no final do próximo ano, os agentes de codificação de IA estarão a realizar uma parte substancial da investigação e desenvolvimento de IA".
Atualmente, os engenheiros de software e investigadores da Meta já utilizam assistentes de IA para gerar modelos de código ou acelerar a escrita do mesmo. Noutras áreas, os trabalhadores usam a tecnologia para brainstorming, organização de espaços de trabalho colaborativos e para obter sugestões em rascunhos de texto.
Uma tendência em toda a Big Tech
A estratégia da Meta não é um caso isolado e reflete uma tendência crescente em todo o setor tecnológico. Outras gigantes, como a Google e a Microsoft, também estão a implementar medidas para garantir que os seus investimentos massivos em IA se traduzem em ganhos de produtividade e poupanças.
A Google, por exemplo, está a monitorizar as horas extra de produtividade que os seus engenheiros conseguem obter com o uso de IA. Já a Microsoft está a tentar associar a utilização de IA às avaliações de desempenho dos seus funcionários. A mensagem transversal a toda a indústria parece ser a mesma: a adaptação à era da inteligência artificial não é uma opção, mas sim uma necessidade para o futuro do trabalho.