A primeira visita de Zuckerberg na China foi ao rival da Google: o motor de busca Baidu. Apesar de a viagem do americano ao país estar envolta em secretismo, as agências noticiosas locais revelaram uma fotografia do encontro de Zuckerberg com Robin Li, o fundador do Baidu, que ultrapassa largamente o Google em número de visitantes.
Zuckerberg, que recentemente foi considerado a Pessoa do Ano pela revista “Time”, levou consigo a namorada Priscilla Chan e ambos almoçaram com Li, que já conheciam oficialmente desde o ano passado.
Apesar de não se saber exactamente de que falaram, sabe-se porém que o encontro não teve nada a ver com ofertas públicas de aquisição. Foi o próprio director das comunicações internacionais do Baidu, Kaiser Kuo, que anunciou via Twitter que esses rumores eram “largamente exagerados”. “Vá lá, pessoal: o Robin e o Mark já se conhecem há algum tempo. O interesse do Mark na China é bem conhecido. Mantenham as especulações reais”.
Qual é então o interesse de Mark pela China? Os perfis potenciais dos cerca de 500 milhões de chineses com acesso à Internet, o que equivale a cerca de metade da população total. É o país com maior número de internautas em todo o mundo e, para o Facebook, um enorme universo que importa conquistar. Qual o problema? A censura levada a cabo pelas autoridades chineses aos conteúdos que os utilizadores procuram e partilham uns com os outros e que poderá minorar em muito o impacto que o Facebook venha a ter na China.
Não é possível deixar de fora 1,6 mil milhões de pessoas?
Não é segredo nenhum que Mark Zuckerberg - que está a aprender mandarim - está determinado em expandir o Facebook para a Ásia.
Num discurso, em Outubro passado, na Universidade de Stanford, Zuckerberg disse que se a sua empresa conseguisse expandir-se na Coreia do Sul, no Japão e na Rússia, que passaria em seguida a focar as suas atenções na China, no final de 2011.
Mas pode ser mais fácil meter a China no Facebook do que o Facebook na China, onde o site está bloqueado desde o ano passado.
Outros gigantes tecnológicos americanos já tentaram lutar contra a censura imposta pelo governo chinês e perderam o braço-de-ferro. No início deste ano, a Google decidiu redireccionar as buscas chinesas para os seus servidores instalados em Hong Kong, fora da esfera de vigilância das autoridades, mas acabou - poucos meses depois - por voltar atrás na sua decisão e regressar às leis impostas na China continental.
Outro dos desafios enfrentados por Zuckerberg reside no facto de na China já existirem duas populares redes sociais - Kaixin e Renren - que, juntas, aglutinam 80 milhões e 150 milhões de utilizadores registados, respectivamente, de acordo com o “The Guardian”.
Porém, apesar das dificuldades, Zuckerberg permanece confiante: “A nossa teoria é que, se conseguirmos provar que nós - enquanto empresa ocidental - podemos ter sucesso num lugar onde nenhum outro país teve, então poderemos começar a pensar nas parcerias certas que precisaríamos de estabelecer para termos sucesso na China nos nossos termos”.
“Como vamos conseguir ligar o mundo inteiro se deixarmos de fora 1,6 mil milhões de pessoas?”, questionou Zuckerberg.
Público
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