Nas últimas semanas têm vindo a surgir algumas informações contraditórias sobre o lançamento de um motor de pesquisa da Google adaptado para a China. Este sistema iria ser censurado, de forma a seguir os padrões do governo local. As implicações desta medida são bastante elevadas, com alguns senadores nos EUA a pedirem informações à Google sobre este sistema – apesar de tudo ainda não passar de especulações.
No entanto, além de rumores, nenhuma confirmação oficial surgiu por parte da empresa ou de outras fontes credíveis. Isto é, até ao dia de ontem, onde o CEO da Google deixou alguns detalhes pela primeira vez.
Sundar Pichai afirma que a Google encontra-se a testar internamente um motor de pesquisa que se adapte às regras do governo chinês. Segundo este, cerca de 99% dos termos pesquisados não são filtrados face à regulamentação local. Porém, o mercado chinês da Internet conta com milhares de utilizadores e com uma população ativa consideravelmente superior ao de outros continentes, pelo que mesmo este 1% de resultados censurados podem ser considerados valores muito elevados.
Este número elevado de utilizadores é também um dos motivos pelos quais a empresa está tentada em regressar ao mercado, depois de os seus serviços terem sido desativados no continente em 2010 – por alegadas discordâncias entre as autoridades locais e a Google.
A criação de um “Google Chinês” tem vindo a preocupar algumas entidades, incluindo senadores dos EUA e até mesmo funcionários dentro da empresa. Em parte, devido ao fato de se criar um sistema de pesquisa que limita a liberdade de expressão e vai contra os ideais da empresa. Isto também aumenta o receio de a Google vir a tomar medidas no futuro para se tornar mais atrativa para as autoridades chineses, com impactos para o resto do mundo.
Seja como for, os planos da empresa ainda não passam – por enquanto – por lançar este motor de pesquisa. Todos os testes estão ainda a ser realizados, e certamente que nas próximas semanas devem ser conhecidas mais informações.
Nenhum comentário
Seja o primeiro!