Grandes empresas da tecnologia têm demonstrado a sua reticencia em fornecer às entidades governamentais acesso a conversas de chat dos utilizadores, algo que as entidades do Reino Unido têm vindo a tentar fazer nos últimos meses.
Dentro deste capítulo, algumas das maiores empresas da tecnologia mundial enviaram uma carta aberta à GCHQ, a agência governamental de comunicação no Reino Unido, demonstrando o seu descontentamento com as propostas de exigir às empresas o acesso a conversas e mensagens enviadas pelos utilizadores de forma encriptada.
A proposta em questão tinha sido divulgada em Novembro de 2018, e invés de se basear numa forma de contornar a encriptação dos sistemas de comunicação, a GCHQ pretendia criar um protocolo apenas utilizado pelas autoridades, com vista a que os conteúdos das mensagens pudessem ser reencaminhados a partir do mesmo como se fossem uma mensagem de email tradicional.
A carta agora criada foi assinada por grandes nomes como a Microsoft, Apple, Google e WhatsApp, empresas que são contra a implementação desta medida por violar a privacidade dos utilizadores e abrir uma porta grave para o acesso indevido a conteúdos.
Em primeiro lugar, as empresas afirmam que o novo protocolo iria obrigar a mudanças drásticas sobre a forma como as apps de comunicação estão construídas, com a possível recriação de muitas funcionalidades e abrindo a possibilidade de surgirem ataques externos a este sistema. Outro ponto desdobra-se sobre a falta de confiança que esta funcionalidade iria trazer para junto dos utilizadores, que basicamente seria uma forma de contornar todas as medidas de encriptação que as principais plataformas de mensagens têm vindo a implementar.
Esta legislação ficou ainda mais agravada com uma nova lei assinada na Austrália, em finais de 2018, e que obriga as empresas a fornecer as mensagens encriptadas das comunicações para as entidades governamentais que as requeiram, sobre a possibilidade de serem aplicadas pesadas coimas a quem não o fizer. Os planos da GCHQ, no entanto, vão ainda mais longe ao pretender contornar completamente a encriptação.
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