O YouTube tem vindo a ser acusado, nos últimos anos, de promover vários conteúdos falsos e teorias da conspiração. No ano passado a empresa foi acusada de promover bastantes vídeos com conteúdos relacionados com teorias de terra plana e similares, apesar dos esforços da plataforma para reduzir a visibilidade destes conteúdos ou informar os potenciais visualizadores que poderá tratar-se de informação incoerente.
Apesar das melhorias, um recente estudo realizado pela empresa Avaaz aponta que ainda existem problemas que necessitam de ser resolvidos. Segundo o estudo, a plataforma de vídeos encontra-se agora a ser responsável por divulgar conspirações que negam a existência de aquecimento global e mudanças climáticas.
De acordo com os responsáveis pelo estudo, o YouTube encontra-se “ativamente” a promover os conteúdos sem os categorizar como sendo falsos ou de teorias – o que, na pratica, iria reduzir a visibilidade dos mesmos dentro da plataforma. Não é complicado encontrar este género de conteúdos dentro do serviço, e rápidas pesquisas podem rapidamente apresentar vários vídeos sugerindo estas teorias – uma tendência que tem vindo a aumentar nos últimos meses.
No total, o estudo teve em conta mais de 5.537 vídeos na plataforma, sem qualquer notificação sobre tratarem-se de conteúdos falso, com um total de 21.1 milhões de visualizações.
O problema principal identificado neste género de vídeos nem se encontra no facto de estarem a promover informação falsa sem controlo do YouTube, mas sim no facto de muitos serem monetizados. Ou seja, muitos dos vídeos de conspirações e teorias possuem publicidade que, no final, encontra-se a gerar receitas para os criadores dos mesmos – algo que o YouTube não permite para este género de conteúdos.
Isto não será também benéfico para as marcas que aparecem nestes vídeos, uma vez que ficam diretamente associadas aos conteúdos que estão a ser distribuídos nas teorias. Nomes como Samsung, Hyundai, Decathlon, Red Bull, Uber, Under Armour e até organizações governamentais de defesa do ambiente, como a World Wildlife Fund (WWF) e Greenpeace, surgem em publicidade dos vídeos das teorias – o que certamente vai contra os ideais destas marcas.
A Avaaz terá entrado em contacto com algumas das marcas envolvidas, e que estariam a ter a sua publicidade nos vídeos referidos, e várias indicaram não ter conhecimento que os seus conteúdos estavam a ser apresentados neste género de conteúdos dentro da plataforma. Até ao momento o YouTube não comentou a situação.
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