As classificações de produtos na Amazon podem muitas vezes ser usadas para determinar a qualidade de um produto, e é por isso que também existem esquemas e campanhas destinadas a criar redes de “reviews” falsas, com itens a receberem pontuações e feedbacks positivos de utilizadores que nunca os chegaram a testar – ou que foram pagos para isso.
Este é um género de esquema que tem vindo a propagar-se em força pela Internet, mas certamente que não agrada a plataformas como a Amazon. Por isso mesmo, a empresa revelou recentemente ter ajudado as autoridades a deter uma rede de criação de falsos reviews de produtos, além de terem sido removidas mais de 20.000 falsas classificações em vários produtos pela loja online.
Esta decisão surgiu depois de uma análise feita pelo portal Financial Times a Justin Fryer, um dos reviewers da Amazon com mais pontuações dadas no Reino Unido. De acordo com a investigação, Justin Fryer estaria a dar classificações de cinco estrelas a um novo produto, em média, a cada quatro horas. Muitos desses produtos seriam de empresas chinesas e sem grande relevo no mercado em geral.
No entanto, foi descoberto que Fryer estaria depois a revender esses mesmos produtos que analisou no eBay, formando mais a indicação que o mesmo estaria a receber os produtos gratuitamente e a deixar criticas positivas sem realmente testar os mesmos – apenas para dar destaque ao rating.
Este género de esquemas é bastante alargado: normalmente as empresas entram em contacto com potenciais interessados via diferentes meios. Esses utilizadores podem depois escolher um produto “gratuito”, com o único requisito de terem de colocar depois uma review positiva nas respetivas lojas onde esse produto é vendido – neste caso a Amazon. Quando a review é publicada, os utilizadores recebem o reembolso do produto que compraram, e por vezes mais um extra.
A Amazon possui regras específicas contra falsos reviews, que podem ser um método de potenciais compradores terem mais interesse num produto. Como tal, a empresa tem vindo a apertar as regras contra estas práticas.
Para este caso em particular, a Amazon terá sido informada da situação pelo Financial Times em meados de Agosto, ao qual Fryer foi contactado para expor a sua parte – e não respondeu. Face a isto, a Amazon decidiu eliminar todas as reviews de Fryer, que por sua vez agora alega ter vendido apenas produtos que tinha “em casa”, e que não foi pago para reviews na loja.
No entanto, este género de atividades está longe de ser exclusivo, e existem dezenas de falsos utilizadores em lojas como a Amazon, que muitas vezes recebem várias centenas de euros para publicar analises falsas de produtos que receberam “gratuitamente”.
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