Apesar de a vacinação contra a COVID-19 já ter sido iniciada em vários países, incluindo em Portugal, os casos diários do vírus ainda continuam a aumentar. Todos os dias existem por todo o mundo milhares de novos casos de pessoas infetadas com o vírus.
No entanto, a par com o crescimento de casos, também começaram a aumentar os casos de ataques direcionados contra entidades de saúde – uma tendência que tem vindo a ser verificada desde os últimos meses.
De acordo com os investigadores da empresa de segurança Check Point, durante o mês de Novembro registou-se a um crescimento de 45% nos ataques feitos contra entidades de saúde, o que representa um aumento não apenas em comparação com os meses anteriores, mas também corresponde a mais que o dobro dos ataques feitos a outras industrias a nível mundial.
Segundo os investigadores, os ataques mais comuns realizados contra estas entidades encontram-se focados em ataques DOS, esquemas de phishing e ransomware. Mas é exatamente neste último caso que as consequências podem ser mais graves.
Um ataque de ransomware bem-sucedido pode levar não apenas ao roubo de dados sensíveis, mas também ao possível bloqueio de sistemas que, doutra forma, poderiam servir de ajuda para combater a pandemia.
Os hospitais tendem a ser os locais mais afetados por ataques de ransomware, e quando estes ocorrem, os sistemas internos podem permanecer inacessíveis durante vários dias. Em alguns casos, as entidades são forçadas a realizar o pagamento para tentarem reaver o acesso aos sistemas – mesmo que isso também incentive os criminosos a realizarem mais ataques do género e alimente as receitas para tal.
Entre os ransomwares mais populares em ataques contra centros hospitalares encontra-se o conhecido Ryuk, seguindo-se com o Sodinokibi. E os casos em que tal acontecem têm vindo a aumentar drasticamente – além de que já existem casos reportados de pacientes que terão falecido devido a ataques ransomware aos sistemas dos centros de saúde.
A análise dos ataques aponta que foram realizados 626 ataques por semana em Novembro contra centros hospitalares, sendo que este valor encontrava-se em 430 durante o mês de Outubro. A chegada das vacinas a diversos países pode também ter sido um incentivo para que os ataques tenham vindo a aumentar drasticamente neste período.
No final, os ataques possuem uma motivação clara: dinheiro. Com as entidades afetadas a terem cada vez mais pressão para realizarem os pagamentos, o ransomware pode acabar por ser um dos métodos mais escolhidos pelos atacantes para tentarem lucrar com a pandemia e com a pressão colocada sobre os meios hospitalares.
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