A ARM confirmou que, a partir de 2023, todos os processadores fabricados pela empresa irão deixar de suportar operações em 32 bits, uma medida que vai terminar o suporte a aplicações de 32 bits por completo em sistemas como o Android.
Na realidade, a fabricante tem vindo a focar-se na produção de chips baseados em 64 bits desde que a tecnologia começou a chegar aos dispositivos móveis, em meados de 2013. No entanto, os chips lançados pela mesma ainda mantinham compatibilidade com código de 32 bits. A partir de 2023 isso irá deixar de acontecer, o que vai ter impacto sobretudo no ecossistema de apps do Android.
Com esta alteração, em futuros chips produzidos pela ARM, todas as instruções devem ser fornecidas no formato de 64 bits, sendo que o código em 32 bits não vai ser suportado. Ou seja, as apps necessitam também de ser adaptadas para funcionarem sobre este novo padrão.
De notar que desde o Android 5.0 Lollipop que o sistema possui compatibilidade com apps de 64 bits, mas ainda permitia que fosse possível executar aplicações em 32 bits – para efeitos de compatibilidade. E na verdade, muitas apps desenvolvidas nos dias de hoje ainda possuem apenas suporte a 32 bits.
No entanto, em futuros chips desenvolvidos pela ARM a partir de 2023, essas mesmas aplicações não vão ser suportadas. Ou seja, no futuro é possível que os smartphones deixem de suportar apps que sejam antigas e tenham sido produzidas apenas para variantes de 32 bits. O Android 12 parece ser o primeiro sistema que vai começar a suportar completamente apps feitas em 64 bits.
Na prática, a Google Play Store desde meados de Agosto de 2019 que exige aos programadores o envio de apps em 64 bits, portanto esta medida não deve afetar a grande maioria das apps que se encontram na plataforma da Google – exceto as que não tenham sido atualizadas desde então.
E mesmo para as existentes, existe muito pouco trabalho que necessita de ser feito, sendo que ferramentas de programação como o Android Studio já criam todas as apps em formato de 64 bits, exceto quando existem dependências de terceiros que apenas se encontrem em 32 bits.
Na prática, para os utilizadores do Android, esta mudança apenas irá afetar quem use apps realmente antigas, e que não tenham sido atualizadas faz bastante tempo – pelo menos desde agosto de 2019 pela Google Play Store. Mas será uma medida importante de se aplicar para o futuro dos dispositivos móveis, ainda mais agora que cada vez mais dispositivos surgem com mais capacidade de RAM.
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