O YouTube conta com duas versões da sua plataforma de vídeos: uma focada para o conteúdo em geral, e outra voltada para utilizadores menores de idade. A plataforma para menores conta com algumas características dedicadas para o género de publico em questão, sobretudo focadas na privacidade e segurança de acesso aos conteúdos.
No entanto, de acordo com a empresa de analise do mercado Adalytics, o YouTube encontra-se a apresentar a utilizadores menores de idade publicidade que não deveria ser direcionada para os mesmos. Isto surge depois da empresa ter confirmado, em 2019, que não iria realizar essa prática.
Em causa encontra-se a recolha de dados pessoais que é realizada com esta publicidade, e que normalmente ocorre quando os utilizadores acedem aos sites da publicidade, onde são requeridas informações potencialmente sensíveis. Isto inclui dados como o nome, morada e dados de pagamento.
Em 2019, a CEO da plataforma na altura, Susan Wojcicki, tinha confirmado que a plataforma de vídeos iria deixar de apresentar publicidade direcionada para crianças. Apesar disso, a fonte da investigação agora realizada aponta que esta publicidade continua a surgir para utilizadores menores de idade, e que o tracking de conteúdos e apresentação de temas personalizados ainda é feita de forma regular em conteúdos focados para menores.
Empresas como a Amazon, Facebook, Microsoft, OpenX ou TikTok encontram-se a receber dados personalizados de utilizadores que viram conteúdos como sendo marcados “para crianças”, e que, segundo o que o YouTube tinha indicado em 2019, não deveria acontecer.
Esta nova investigação aponta agora dúvidas sobre o facto do YouTube encontrar-se a seguir as leis norte-americanas sobre proteção de privacidade de menores na internet, conhecida como Children’s Online Privacy Protection Act (COPPA).
Um porta-voz da Google indicou que o estudo realizado pela Adalytics seria bastante “falível e enganoso”, com dados potencialmente errados. A mesma fonte indica ainda que conteúdos de publicidade direcionada nunca foram permitidos em plataformas como o YouTube Kids.
A mesma fonte aponta ainda que o estudo aponta ideias falsas ou incorretas, como é o caso do uso de cookies no YouTube Kids, algo que não é inerentemente impeditivo sobre a lei da COPPA.
Dan Taylor, vice-presidente da Google Ads, também deixou um comunicado na rede social X indicando os factos sobre o estudo, e demonstrando que existem falhas na forma como os conteúdos foram analisados pela empresa.
De relembrar que a Google tem vindo a lançar funcionalidades na sua plataforma de vídeos criadas para ajustar os conteúdos apresentados aos menores de idade, dando também possibilidade aos criadores de conteúdos de terem os seus vídeos apresentados para os utilizadores corretos.
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