Se utiliza dispositivos da Apple, talvez seja boa ideia ter em atenção a forma como usa o navegador Safari da empresa. Recentemente foi descoberta uma nova falha, que pode ser explorada pelo navegador da Apple para roubar dados sensíveis do sistema.
Apelidada de iLeakage, esta falha foi descoberta por um grupo de investigadores da Georgia Tech, University of Michigan e Ruhr University Bochum, e afeta o Safari dentro dos sistemas da Apple. Se explorada, a falha permite recolher dados sensíveis do navegador, contornando algumas medidas de segurança que o navegador implementa exatamente para prevenir essa recolha. A falha também pode ser explorada para navegadores de terceiros, como o Firefox, Tor e Edge no iOS, e encontra-se com raízes no que foi em tempos descoberto com os ataques Spectre.
Explorando a falha, os investigadores conseguiram contornar as medidas de proteção e isolamento de sites que o Safari implementa, e que se focam em evitar que os mesmos recolham dados sensíveis, para aceder aos mesmos. Os investigadores afirmam que a falha pode ser explorada através do simples acesso a um site que tenha sido maliciosamente criado para o efeito. Ao mesmo tempo, se essas páginas forem integradas em outros conteúdos ou sites, podem também roubar dados que sejam introduzidos nos mesmos – como é o caso de senhas ou emails e outra informação dos utilizadores.
Tudo o que as vítimas necessitam de realizar é interagir com o site usado para explorar a falha, e a partir dai o mesmo pode recolher dados do navegador – mesmo que se encontre em outra janela ou aba do mesmo. Os investigadores usaram a falha para recolher dados do Gmail, usando a exploração pelo site maliciosamente criado para esse fim.
Os investigadores também aplicaram o mesmo conceito para roubarem informação mais sensível, como as senhas do Instagram que foram automaticamente preenchidas por um gestor de senhas (LastPass) no navegador.
De notar que a falha afeta sistemas que tenham processadores da Apple (M1 e M2, bem como a linha A). Com isto, a falha pode afetar praticamente todos os dispositivos mais recentes da empresa, que tenham sido lançados depois de 2020 e contem com um processador das linhas A ou M.
Além disso, o ataque é realizado de forma silenciosa, sendo que os dados podem ser roubados sem praticamente qualquer identificação de tal no sistema das vítimas – mesmo posteriormente ao roubo.
Os investigadores reportaram esta falha à Apple em Setembro de 2022, sendo que a Apple aplicou medidas para mitigar o problema em vários sistemas afetados.
Nenhum comentário
Seja o primeiro!