Muitas entidades olham para o bloqueio de sites com conteúdos piratas como uma forma eficaz de prevenir a pirataria. É por este motivo que existem vários sites com estes conteúdos bloqueados por ações judiciais em vários países – Portugal é um deles.
No entanto, também existem formas de contornar estes bloqueios, seja através do uso de DNSs públicos ou de VPNs. O uso de DNSs públicos é uma forma eficaz de contornar os bloqueios, mas ao mesmo tempo, em várias regiões os gestores de direitos de autor começam agora a apontar os dedos a fornecedores destes serviços, levando a que alguns tenham mesmo de começar a bloquear os acessos feitos pelas suas plataformas a sites de conteúdos ilegais.
Em muitos casos, uma VPN pode facilitar o acesso onde os DNS não são suficientes, tornando ao mesmo tempo a privacidade dos utilizadores mais segura, e prevenindo que possam ser associados com as atividades ilegais.
No entanto, as autoridades começaram também a olhar para os fornecedores destes serviços, e a aplicar medidas para restringir a forma como os mesmos podem atuar em determinados países, ou aplicando restrições mais elevadas. Ainda de forma recente várias entidades juntaram-se para forçar algumas plataformas de VPN a começarem a bloquear sites piratas ou de conteúdos ilegais.
Embora uma decisão final sobre esta medida tenha sido decidida, a VPN Trust Initiative , uma entidade que engloba alguns dos maiores fornecedores de serviços de VPN na internet, como a ExpressVPN, NordVPN e Surfshark, aponta que existe a possibilidade de – caso o bloqueio seja mesmo obrigatório – estes serviços podem deixar de fornecer as suas atividades em toda a região de França.
De acordo com a entidade, que se encontra em conversações constantes com algumas das maiores fornecedoras de VPNs no mercado, algumas apontam que, caso as autoridades em França obriguem a aplicar medidas que bloqueiem determinados sites na internet, podem ser ponderadas medidas para retirar por completo o negócio da região.
De acordo com o portal TorrentFreak, esta não seria uma decisão inteiramente nova. No passado, vários fornecedores de VPNs deixaram mercados como a Índia, derivado das medidas restritivas aplicadas às suas plataformas nestas regiões. Caso os tribunais em França realmente avancem para tal decisão, muitos fornecedores destes serviços podem começar a bloquear o acesso aos mesmos da região.
Isto, no entanto, pode ter as suas consequências. Com os grandes fornecedores a deixarem de disponibilizar os seus serviços em França, os consumidores podem voltar-se para plataformas alternativas, nomeadamente plataformas VPN que sejam consideradas inseguras, e que podem colocar em risco os dados transmitidos pelas mesmas.
Por agora, nenhuma decisão final foi tomada, portanto apenas o tempo dirá o que vai ser feito no mercado.
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