A Apple parece estar a colher os frutos da sua ambiciosa estratégia de desviar uma parte significativa da produção de iPhones da China para a Índia, numa clara tentativa de contornar as tarifas impostas anteriormente por Donald Trump a produtos oriundos do gigante asiático. Os números mais recentes não deixam margem para dúvidas: a mudança está a ter um impacto profundo e a reconfigurar as rotas de fabrico do popular smartphone.
Queda abrupta na China, ascensão meteórica na Índia
Dados recentes revelam uma queda impressionante de 72% nas remessas de iPhones fabricados na China com destino aos Estados Unidos, atingindo valores que não se viam desde 2011. Durante o mês de abril, a Apple enviou apenas cerca de 700 milhões de dólares americanos em iPhones da China para os EUA, um número que surpreendeu os analistas de mercado que seguem atentamente a gigante de Cupertino.
Em contrapartida, a importação de iPhones produzidos em solo indiano para os Estados Unidos registou um salto notável de 60%. Nos primeiros três meses deste ano, este valor já totaliza uns impressionantes 22 mil milhões de dólares americanos. Estes números confirmam a intenção de Tim Cook, CEO da Apple, em reforçar a Índia como um polo de produção crucial para a empresa.
A estratégia de Tim Cook: diversificar para não arriscar
A justificação para esta alteração estratégica foi, aliás, abordada recentemente pelo próprio Tim Cook. O líder da Apple afirmou: "O que aprendemos há algum tempo é que ter tudo num único local representava um risco considerável. Ao longo do tempo, com certas partes da cadeia de abastecimento, abrimos novas fontes de abastecimento. Podem esperar ver este tipo de movimento continuar no futuro". Esta visão sublinha a procura por uma maior resiliência e flexibilidade na complexa rede de produção da Apple.
O aviso da Casa Branca: "Made in USA" ou enfrentar as consequências?
No entanto, esta manobra da Apple para diversificar a sua produção não passou despercebida à Casa Branca. Donald Trump já veio a público alertar a empresa da maçã, reiterando que esta precisa de fabricar o iPhone nos Estados Unidos da América, sob pena de perder as isenções tarifárias de que tem, alegadamente, beneficiado em certas situações. Este aviso adiciona uma camada de pressão política à já complexa equação da cadeia de fornecimento global da Apple.
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