A OpenAI, em colaboração com o icónico designer Jony Ive, está a preparar o lançamento do seu primeiro dispositivo de hardware, e os detalhes que começam a surgir são, no mínimo, intrigantes. Segundo informações avançadas pelo The Wall Street Journal, este novo aparelho não será um smartphone nem um dispositivo "vestível" (wearable), e poderá até dispensar um ecrã. O CEO da OpenAI, Sam Altman, terá partilhado alguns vislumbres dos planos com os seus colaboradores após a confirmação da aquisição da startup de Ive, a "io". Altman terá afirmado que esta é "a oportunidade de fazer a maior coisa que [eles] já fizeram como empresa."
Nem telemóvel, nem wearable: os planos da OpenAI e Ive
As pistas dadas por Altman e Ive sugerem um dispositivo radicalmente diferente do que estamos habituados. A ideia passa por criar um aparelho totalmente consciente do seu ambiente e das atividades do utilizador, mas de forma discreta, podendo ser transportado no bolso ou pousado numa secretária. Curiosamente, um dos objetivos da dupla é diminuir a dependência dos utilizadores em relação aos ecrãs, o que reforça a possibilidade de este novo produto não possuir um.
Embora as especificações concretas estejam a ser guardadas a sete chaves para evitar que a concorrência copie a ideia, Altman já adiantou que não se tratará de um par de óculos. Jony Ive, por seu lado, nunca demonstrou grande entusiasmo pela criação de produtos que os utilizadores tivessem de "vestir".
Um companheiro digital omnipresente e sem distrações?
A ambição é que este novo dispositivo se torne um dos "aparelhos centrais" na vida das pessoas, a par do computador portátil e do telemóvel. A colaboração entre a OpenAI e a startup de Jony Ive, a "io", iniciou-se há cerca de ano e meio. O plano original previa que a empresa de Ive desenvolvesse um produto que utilizasse a tecnologia da OpenAI. Contudo, perceberam que esta parceria poderia resultar na principal forma de interação dos utilizadores com os modelos de inteligência artificial generativa da OpenAI.
Esta constatação levou à aquisição da startup fundada pelo antigo diretor de design da Apple, num negócio avaliado em 6,5 mil milhões de dólares. Resta agora aguardar para ver se a combinação do design de Ive com a tecnologia da OpenAI será suficientemente convincente para levar as pessoas a adquirir mais um dispositivo de uma nova categoria.
Aquisição da "io" e a ambição de dominar o mercado
A equipa de Jony Ive, segundo o The Wall Street Journal, tem estado em contacto com fornecedores capazes de produzir o dispositivo em massa nos últimos quatro meses. Os planos são ambiciosos: esperam lançar o novo aparelho de IA no final do próximo ano (final de 2026) e pretendem expedir 100 milhões de unidades "mais rapidamente do que qualquer empresa alguma vez enviou 100 milhões de unidades de algo novo".
O fantasma do Humane Ai Pin: um aviso para a OpenAI?
O percurso, no entanto, pode não ser fácil. A empresa Humane, por exemplo, tentou e falhou em convencer o público a comprar o seu Ai Pin, que foi promovido como um "pequeno substituto para smartphones". Em fevereiro deste ano, a Humane viu-se forçada a desligar todos os Ai Pins que tinha vendido, deixando os clientes sem acesso a todas as suas funcionalidades. Este precedente serve como um lembrete dos desafios que a OpenAI e Jony Ive poderão enfrentar ao tentar introduzir uma nova forma de interagir com a tecnologia.
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