A Xiaomi prepara-se para agitar novamente o mercado dos veículos elétricos com o lançamento do seu muito aguardado SUV, o YU7, previsto para julho. No entanto, quem esperava um preço de arromba, similar ao que foi inicialmente especulado, pode ter de ajustar as expectativas. Durante a apresentação oficial a 22 de maio, o CEO da Xiaomi, Lei Jun, desfez os rumores de um preço base de 199.000 yuan (cerca de 25.400 euros), indicando que o YU7 se posicionará num segmento superior para refletir as suas características premium e evitar uma concorrência demasiado direta com o bem-sucedido sedan SU7.
O que esperar do "irmão maior" do SU7?
Com o YU7, a Xiaomi aventura-se de forma assertiva no segmento dos SUV premium, distinguindo-se claramente do posicionamento mais desportivo e focado na berlina que caracteriza o SU7. O novo modelo promete combinar um design interior sofisticado, que inclui um painel panorâmico "Hypervision", com tecnologia de ponta. Destaca-se o sistema de condução autónoma assistido por Lidar, com uma capacidade de 700 TOPS (Trillions of Operations Per Second), prometendo uma experiência de condução avançada e segura.
O mercado já demonstra um enorme entusiasmo, mas também algum debate em torno do seu design e conjunto de funcionalidades. Contudo, é inegável que o YU7 captou a atenção de potenciais compradores de veículos elétricos, incluindo aqueles que atualmente são fiéis a marcas como a Zeekr (com o seu 7x), a Tesla (com o Model Y) e a Luxeed (com o R7, apoiado pela Huawei).
A estratégia de preços da Xiaomi para o YU7
Um dos pontos cruciais na estratégia da Xiaomi para o YU7 é, sem dúvida, o preço. A empresa chinesa enfrenta o desafio de encontrar um equilíbrio entre competitividade e rentabilidade, especialmente considerando que o YU7 partilha potenciais compradores com o SU7. Um preço demasiado próximo do sedan arriscaria canibalizar as vendas deste último, enquanto um valor excessivamente alto poderia afastar clientes para rivais já estabelecidos.
A Xiaomi pretende, no entanto, manter o YU7 mais acessível que o Tesla Model Y, que na China tem preços entre 263.500 e 313.500 yuan (aproximadamente 33.500 a 39.800 euros). Esta tática visa atrair consumidores que procuram características premium, mas são conscientes dos custos, uma estratégia já aplicada com sucesso no SU7, que se posicionou abaixo do Tesla Model 3 em termos de preço no mercado chinês.
Gama YU7: quanto poderá custar em Portugal?
Embora os preços para a Europa e Portugal ainda não tenham sido divulgados, as estimativas para o mercado chinês dão-nos uma ideia do que esperar. Prevê-se que o preço base do YU7 ronde os 245.900 yuan (cerca de 31.400 euros), posicionando-o acima do modelo base do SU7 (215.900 yuan ou aproximadamente 27.600 euros), mas mantendo uma diferença clara para justificar o seu posicionamento mais premium e evitar confusão entre os compradores.
Uma versão Pro, equipada com suspensão a ar e dois motores elétricos, poderá custar perto de 275.900 yuan (cerca de 35.200 euros). Já uma versão Max, com ainda mais melhorias e equipamento, poderá atingir aproximadamente 329.900 yuan (perto de 42.100 euros). Esta estratégia de preços permitirá à Xiaomi consolidar a sua presença no mercado de SUVs elétricos de gama média-alta, continuando a oferecer uma alternativa mais económica ao Model Y da Tesla no mercado chinês.
Impacto no mercado e na produção
Com o YU7, a Xiaomi tem a oportunidade de melhorar as suas economias de escala. O sucesso do SU7 já reforçou o poder de negociação da empresa nas cadeias de fornecimento, e a adição de um segundo modelo permitirá diluir os custos fixos por um volume maior de veículos. As previsões iniciais apontam para uma procura muito forte, com potencial para exceder as 200.000 pré-encomendas nas primeiras 24 horas após o lançamento. Este volume colocará uma pressão significativa na capacidade de produção e entrega da Xiaomi, um desafio que a marca terá de gerir com eficácia.
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