A Meta acaba de desvendar a segunda geração dos seus óculos de investigação em realidade aumentada (RA), os Aria Gen 2. Este novo protótipo surge com melhorias significativas na visão computacional e um design mais confortável, prometendo ser uma ferramenta valiosa para investigadores dedicados à perceção artificial, inteligência artificial (IA) contextual e robótica.
Um novo fôlego para a investigação em realidade aumentada
O Projeto Aria foi inicialmente apresentado em 2020, numa altura em que a empresa, ainda conhecida como Facebook, apostava fortemente no conceito de metaverso. Um ano depois, foram revelados mais detalhes sobre estes óculos de RA, destacando a sua capacidade de recolher dados do ambiente circundante ao utilizador através de múltiplos sensores. Mais recentemente, o projeto Aria esteve em destaque devido a uma parceria com a BMW, focada no desenvolvimento de um sistema de realidade mista (XR) para automóveis, concebido para auxiliar os condutores.
Com os Aria Gen 2, a Meta pretende demonstrar os progressos contínuos na área da realidade aumentada. É importante sublinhar que este modelo não se destina ao mercado de consumo, mas sim a equipar investigadores com hardware de ponta, dados de código aberto, modelos e ferramentas para avançar os seus estudos.
Design aprimorado para maior conforto e portabilidade
Os novos Aria Gen 2 apresentam um design renovado, pensado para ser mais leve e confortável durante a utilização prolongada. A Meta refinou a ergonomia para se adaptar a uma maior diversidade de formatos faciais. Com um peso que varia entre 74 e 76 gramas, dependendo do tamanho, os óculos incluem agora hastes dobráveis, facilitando o seu transporte e arrumação.
Segundo a Meta, este wearable congrega os mais recentes avanços em visão computacional, aprendizagem automática e sensores, tudo num formato mais compacto que visa facilitar a recolha de dados e a prototipagem de novas soluções.
Este dispositivo é um verdadeiro concentrado de tecnologia, integrando:
- Câmaras de rastreio ocular
- Quatro câmaras de ambiente
- Altifalante estéreo
- Sistema de navegação por satélite (GNSS)
- Sensor de luz ambiente
- Sete microfones com áudio espacial
Visão computacional e sensores levados a um novo nível
Um dos grandes saltos qualitativos reside na visão computacional, que agora suporta High Dynamic Range (HDR) a 120 dB, um avanço considerável face aos 70 dB da primeira geração. A Meta salienta que esta melhoria permite um desempenho superior em tarefas de computação visual sob diferentes condições de iluminação. O campo de visão também foi drasticamente aumentado para 80º, graças à utilização de quatro câmaras, o dobro da geração anterior que estava limitada a 35º.
Os sensores de iluminação foram otimizados para um melhor controlo sobre os algoritmos de exposição, e um modo ultravioleta permite agora distinguir eficazmente entre iluminação exterior e interior.
Áudio imersivo e monitorização de saúde integrados
No que toca ao áudio, os microfones foram discretamente integrados nos apoios nasais, uma alteração que, segundo a empresa, melhora a captação de som em ambientes ruidosos. Estes apoios nasais inovam ainda ao incorporar um sensor PPG (fotopletismografia), capaz de medir a atividade cardíaca do utilizador.
Processamento no dispositivo para potenciar a IA e robótica
Os Aria Gen 2 contam com algoritmos processados localmente, no próprio dispositivo. Estes permitem, por exemplo, medir a inércia visual, uma capacidade fundamental para a navegação e mapeamento de ambientes. A Meta acredita que isto abrirá novas portas para a investigação em IA contextual e robótica.
O sistema de rastreio ocular fornece dados valiosos sobre a saúde e atenção do utilizador, detetando movimentos das pupilas, o piscar dos olhos, entre outros. Adicionalmente, os óculos possuem funcionalidades de rastreio de mãos em espaços 3D, o que poderá ser crucial para aplicações que exijam uma manipulação mais precisa por parte de robôs.
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