O motor de busca baseado em Inteligência Artificial, Perplexity, está a viver um período de crescimento notável. Em maio, a plataforma processou um total de 780 milhões de pesquisas, um número impressionante revelado pelo CEO Aravind Srinivas durante a sua participação no evento Bloomberg’s Tech Summit na passada quinta-feira.
Este volume representa um crescimento superior a 20% mês após mês, uma trajetória que, se mantida, poderá levar a empresa a patamares ainda mais elevados.
Uma ambição de milhares de milhões
A confiança no futuro da plataforma é evidente nas palavras de Srinivas. "Daqui a um ano, estaremos a fazer algo como mil milhões de pesquisas por semana se conseguirmos manter esta taxa de crescimento", projetou o CEO.
Para colocar estes números em perspetiva, Srinivas recordou o início da jornada: "E isso é bastante impressionante, porque no primeiro dia em 2022, fizemos 3.000 pesquisas, num único dia. Passar daí para 30 milhões de pesquisas por dia, como agora, tem sido um crescimento fenomenal."
Comet: o navegador que quer ser um "sistema operativo cognitivo"
O grande catalisador para a próxima fase de crescimento da Perplexity é o desenvolvimento do seu próprio navegador, o Comet. Segundo Srinivas, a criação de um browser é fundamental para reter os utilizadores de forma contínua.
"Se as pessoas estiverem no navegador, a retenção é infinita", explicou. "Tudo na barra de pesquisa, tudo na página de novo separador, tudo o que se faz na barra lateral, em qualquer página, tudo isto serão pesquisas extra por utilizador ativo, além de atrair novos utilizadores que estão simplesmente cansados dos navegadores tradicionais, como o Chrome."
A visão para o Comet vai muito além de ser apenas mais um navegador no mercado. O objetivo é transformar o papel da IA, passando de uma ferramenta que fornece respostas para uma que executa ações em nome do utilizador. Srinivas descreve que uma resposta de IA equivale a quatro ou cinco pesquisas, mas uma ação de IA pode completar uma sessão de navegação inteira com um único comando.
Repensar a forma como interagimos com a internet
Para alcançar esta meta, é necessário "ter um navegador e hibridizar a computação do lado do cliente e do servidor da forma mais transparente possível", o que "exige repensar todo o navegador".
Srinivas vê o Comet não como "mais um navegador", mas como um "sistema operativo cognitivo". A ideia é que a IA esteja sempre presente e disponível, seja para trabalho ou lazer, a assistir o utilizador ou a realizar sessões de navegação de forma autónoma.
"Penso que isso vai fazer-nos repensar fundamentalmente a forma como vemos a internet. Antes, navegávamos na internet, mas agora as pessoas vivem cada vez mais na internet. Se queremos construir uma IA proativa e personalizada, ela precisa de viver connosco, e é por isso que precisamos de repensar o navegador por completo", afirmou.
Ainda que a empresa não tenha revelado muitos pormenores, o CEO já tinha mencionado em abril que um dos motivos para criar o seu próprio navegador é a capacidade de rastrear a atividade do utilizador para além da sua própria aplicação, permitindo a venda de publicidade premium, um modelo semelhante ao que levou a Google ao seu estatuto de gigante tecnológico.
A data exata de lançamento do Comet ainda não é conhecida, mas Srinivas indicou previamente na rede social X que o lançamento ocorrerá "nas próximas semanas".
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