No mundo da tecnologia, a honestidade e a transparência são cada vez mais valorizadas pelos consumidores. Ninguém gosta de investir num novo equipamento e descobrir, pouco tempo depois, que este está prestes a ficar obsoleto. A Xiaomi, ciente disto, oferece uma forma de saber até quando os seus telemóveis e tablets irão receber atualizações oficiais, mas uma análise recente revela uma situação no mínimo curiosa entre os seus mais recentes tablets.
Apesar de serem da mesma família, o Xiaomi Pad 7 e o Pad 7 Pro não terão o mesmo ciclo de vida de software. Surpreendentemente, o modelo mais potente e caro será o primeiro a deixar de receber suporte. Mas porquê?
Uma gama de topo com um segredo nas atualizações
Lançados há menos de três meses, o Xiaomi Pad 7 e o Pad 7 Pro posicionam-se como a oferta de gama alta da marca no segmento dos tablets. Ambos são equipamentos premium, com o mesmo tamanho e tipo de ecrã, representando excelentes opções para quem procura qualidade. As principais diferenças residem no processador, no armazenamento interno, nas câmaras e na velocidade de carregamento rápido, o que justifica a diferença de preço.
Logicamente, o Pad 7 Pro supera a versão standard em especificações. Contudo, o paradoxo surge quando olhamos para o futuro e para o suporte de software que cada um receberá. Porque é que o modelo teoricamente superior será o primeiro a ficar desatualizado?
A revelação está na lista oficial da Xiaomi
A resposta encontra-se no site global da Xiaomi, mais especificamente na secção dedicada ao selo AER (Android Enterprise Recommended). Esta é uma certificação atribuída pela própria Google que destaca os equipamentos que cumprem rigorosos requisitos de hardware e software para o ambiente empresarial. Nesta lista de equipamentos com selo AER, a Xiaomi detalha não só a data de lançamento e o sistema operativo de origem de cada dispositivo, mas também o número de novas versões Android que irá receber e, crucialmente, a data em que deixará de ter atualizações de segurança (EOL - End of Life).
Ao consultar a lista, os dois primeiros dispositivos que surgem são precisamente os novos tablets da marca. A informação é clara e surpreendente: o Xiaomi Pad 7 standard terá um suporte consideravelmente mais longo que o seu irmão mais potente, o Pad 7 Pro. Isto traduz-se em mais versões do sistema operativo Android e, pelo menos, mais um ano de atualizações de segurança.
A resposta oficial da Xiaomi: uma questão de estratégia
A mesma dúvida surgiu na comunidade online. Um utilizador do Reddit questionou diretamente o suporte oficial da Xiaomi e obteve uma resposta esclarecedora sobre esta aparente contradição. Segundo a empresa:
"Compreendemos a sua preocupação relativamente ao suporte de produto mais prolongado para o Xiaomi Pad 7 em comparação com a variante Pad 7 Pro. Após verificação com a sede da Xiaomi, temos o prazer de confirmar que o Xiaomi Pad 7 tem segurança e suporte Android estendidos por 6 anos. Este suporte alargado deve-se às diferentes estratégias de posicionamento do produto entre as versões standard e profissional."
A justificação oficial aponta para o público-alvo de cada modelo. A versão standard foi concebida para uma utilização a longo prazo em cenários como a educação e o ambiente familiar. Para responder a estas necessidades, a Xiaomi optou por oferecer um suporte prolongado. Já o modelo Pro, sendo mais caro, é visto como menos "acessível" para estes cenários, tendo por isso um ciclo de vida de atualizações mais curto.
No final, a decisão está tomada: embora ambos os tablets ofereçam uma excelente relação qualidade-preço, o Xiaomi Pad 7, o modelo mais acessível, tem já três anos de suporte adicional confirmados face ao seu irmão mais potente. Uma informação crucial para quem valoriza a longevidade do seu investimento.
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